Este guia originou-se do desejo da organizadora de conhecer a produção acadêmica relativa à interação dos jovens com a música. A obra abarca 150 títulos nacionais e estrangeiros publicados entre 1996 (quando começa a se desenvolver melhor a temática no Brasil) e 2011 e foi organizada com base na convicção de que investigar as práticas musicais dos jovens é relevante para a compreensão da sociedade contemporânea, da música nela criada e praticada e dos próprios jovens que as recriam – sociedade e músicas –, conforme vão surgindo as novas sensibilidades. O guia foi elaborado também com um viés crítico. E teve ainda o objetivo de compreender a importância da pesquisa sobre música e sobre os processos de aprendizagem presentes nas várias práticas musicais, assim como do estudo das culturas criadas pelos jovens que, muitas vezes, são conceituadas no âmbito acadêmico como subculturas juvenis ou tribos urbanas. Para a organizadora, esta seria apenas uma dimensão da interação dos jovens com a música. Segundo ela, nos estudos baseados nas categorias de subculturas juvenis, a vida dos jovens para além de sua participação nessas expressões mais visíveis – como na família, na escola, no trabalho e até junto a outras práticas musicais – ficaria desconsiderada.
Doutora em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), líder do Apremus – Grupo de Pesquisa sobre Aprendizagens Musicais na Contemporaneidade do Instituto de Artes (IA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e docente na mesma instituição.
Este livro foi idealizado durante o IV Seminário Temático do Apremus – Grupo de Pesquisa sobre Aprendizagens Musicais na Contemporaneidade do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), ocorrido em outubro de 2017. As ideias que nortearam as exposições e as discussões durante o evento permeiam esta publicação e estão sintetizadas na afirmação de que práticas musicais participam ativamente da constituição juvenil ao mesmo tempo em que novas estéticas musicais são criadas a partir das ações d@s jovens.
As condições da contemporaneidade potencializam a criação com sons, da qual @s jovens são protagonistas. Esse cenário nos instiga a compreender as dimensões vinculadas às interações de jovens e músicas (processos e produtos). Questões como as novas práticas musicais que @s jovens inauguram, as quais requerem novos instrumentos de análise e interpretação, e a presença marcante da música na vida cotidiana deles nos levam a supor uma ‘epistemologia musical’, isto é, uma maneira sonoro-musical de conhecer a si, ao outro e ao mundo. Nesse quadro, nos impulsiona desvelar os papéis da aprendizagem musical.
Neste livro, Flo Menezes reúne seus principais textos e retoma a discussão estética sobre a música nova, além de publicar análises inéditas em forma de manuscritos de algumas das principais composições para a cena musical moderna. Os temas estão organizados em três partes: Ensaios, Repetições e Provas, nas quais o autor discorre sobre as vanguardas históricas, a música eletroacústica e sobre algumas de suas obras.
Reconstruir historicamente o perfil institucional da Escola "Joaquim Ribeiro", de Rio Claro, é o objetivo deste livro. Desse modo, Marilena Guedes analisa a cultura escolar no momento da modernização do Brasil. Esse dispositivo permite à autora recuperar os objetivos educacionais da época e a natureza das relações sociais existentes entre os diferentes sujeitos que lá atuaram.
Quando a imprensa brasileira começava a ganhar seus contornos mais nítidos como espaço público de debate de ideias, uma pequena revista fluminense tomou para si a missão de educar o gosto musical do povo. Para a Gazeta Musical, publicada entre 1891 e 1893 por iniciativa do vendedor de partituras e pianos Fertin de Vasconcellos, o que estava em jogo não era somente o suposto “atraso” artístico do Brasil em relação à Europa – mas sim o futuro e o progresso da nação.
A partir do século XIX, as mulheres passaram a frequentar a escola, foram para a universidade, para o trabalho e para as ruas. Aprender a ler e a escrever trouxe para essas mulheres uma nova rotina de leitura: depois dos livros de reza, vieram os diários, os romances, as revistas femininas, a correspondência, os jornais. Nessa perspectiva, Ana Maria Esteves analisa as práticas de leitura de mulheres, mais particularmente os processos de apropriação da leitura e da escrita de professoras, de mães e de meninas portadoras da síndrome de Down em um Centro de Referência. Trata-se de um estudo de caso, de caráter etnográfico, que clarifica as trajetórias próprias de leitura dessas mulheres que, entre táticas e estratégias, apropriaram-se de maneiras de ler nas relações da oralidade com a cultura escrita e constituíram uma comunidade leitora. Para essas mulheres, a leitura assume uma presença singular no cotidiano e um significado especial em suas vidas.