Uma visão etnobotânica
Este trabalho apresenta um levantamento etnobotânico da reserva extrativista Chico Mendes. Entre seus objetivos, destacam-se: resgatar e sistematizar as informações populares sobre as espécies utilizadas, com relação ao uso terapêutico; coletar e herborizar as espécies utilizadas pelos seringueiros; identificar botanicamente as espécies coletadas; gerar informações que subsidiem a elaboração de uma proposta de exploração econômica, com adequação ecológica e tecnológica; fornecer informações e recomendações para futuros projetos de pesquisa nessa e em outras áreas sobre as espécies levantadas; gerar informações que contribuam para a elaboração de um Programa de Fitoterapia na rede de saúde; ajudar na manutenção do saber popular sobre o uso das plantas medicinais e contribuir para sua preservação.
Lin Chau Ming é professor do Programa de pós-graduação em Agronomia da Faculdade de Ciências Agronômicas e Veterinárias da Unesp (câmpus de Botucatu), e ministra cursos relacionados com plantas medicinais e etnobotânica. Atualmente é editor-chefe da Revista brasileira de plantas medicinais.
Este volume contribui para a discussão sobre a utilidade científica das práticas populares e tradicionais de saúde, propondo a sua associação à medicina moderna. Nesse sentido, diferencia as plantas medicinais das tóxicas, explica como elas funcionam e seus contextos de uso no universo popular, tradicional e oficial. Traça ainda um panorama atual do uso de plantas medicinais e da fitoterapia como medicina complementar e integrativa.
Apresenta-se como um trabalho estritamente científico e multidisciplinar. Nove especialistas tratam de aspectos básicos do tema, segundo diferentes perspectivas: a metodológica, a tecnológica, a química, a agronômica e a farmacológica. São também abordados os problemas de controle de qualidade e as questões ambientais envolvidas e o inquestionável alcance social.
Este livro apresenta um rico conjunto de informações sobre plantas medicinais de áreas de cerrado do município de Botucautu (SP), obtidas em extenso trabalho de pesquisa, realizado entre 2004 e 2005. Com base em artigos, teses, monografias e catálogos publicados nos últimos vinte anos, identificaram-se 500 espécies vegetais da região, 170 das quais caracterizadas por seu potencial medicinal.
Esta cuidadosa pesquisa etnofarmacológica, em edição revista e ampliada, tem como fonte moradores da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, ponto de partida para a identificação e catalogação de 135 espécies vegetais daquelas regiões que, estudadas pelo seu potencial medicamentoso, reúnem um valor econômico de grande interesse para indústrias e laboratórios farmacêuticos. Aproveitar esse potencial significa não só conhecer melhor as plantas nativas que beneficiam a saúde, como também propiciar aos moradores condições de atingir o desenvolvimento sustentado com a extração e a conservação dos produtos medicinais existentes em seu próprio hábitat.
A proposta deste livro é produzir uma contra narrativa sobre as relações entre as pessoas, as drogas e as cidades na região latina, e assim ocupar o espaço de embate frente às “monoculturas” do saber e das escalas pautadas por um modelo eurocêntrico íntimo das violências praticadas e reproduzidas historicamente no continente. O texto é um testemunho construído por um compilado de situações que foram experenciadas, sentidas e percebidas pelo autor, e assim interpretadas e conectadas ao texto como análise de pesquisa – um registro científico bastante pessoal.