A luta pela terra dos posseiros em Formoso e Trombas e a Revolução brasileira (1950-1964)
Este trabalho aborda a luta dos posseiros de Formoso e Trombas, região invadida duas vezes - a primeira logo após o golpe de 1964 por tropas da polícia e do Exército e a segunda em 1971 pelo Exército - e a participação do Partido Comunista Brasileiro por meio de seus militantes, analisando a penetração do capitalismo no campo no período 1950-1964. São avaliadas a estratégia política e a questão agrária no período 1945-1964 e a organização dos posseiros.
Paulo Ribeiro da Cunha, doutor em Ciências Sociais (Unicamp) e professor da Unesp - Campus de Marília, é estudioso da obra de Nelson Werneck Sodré, e pesquisador da Esquerda Militar no Brasil.
É realmente bom para a democracia que os militares fiquem longe da política? Ou seria melhor reconhecer que as forças políticas estão tão presentes nos meios militares quanto nos demais setores da sociedade? Nesta obra, Paulo Ribeiro da Cunha assume uma posição polêmica ao defender que se reconheça e legitime a presença histórica da esquerda nas Forças Armadas Brasileiras. Ele analisa o longo período de militância dos militares de esquerda no país, dividindo-o entre a fase da “insurreição” – do fim do século XIX, com os “republicanos radicais”, até 1945 – e a fase de intervenção dos militares nas grandes causas nacionais, que se estende até 1964.
Nesta obra estão reunidos textos de uma variedade de autores que tratam da produção intelectual e da trajetória de Nelson Werneck Sodré, relevante pensador brasileiro que só teve suas contribuições reconhecidas mais recentemente. Tal fato se deve pela posição singular que representava: militar adepto dos ideais marxistas. Sempre se encontrou em uma situação conflituosa em relação à instituição que representava, embora compartilhasse dos objetivos dos segmentos nacionalistas democráticos das Forças Armadas, onde chegou à posição de coronel. Pelo mesmo motivo, seus escritos tampouco eram reconhecidos por segmentos mais conservadores das universidades brasileiras, uma vez que, aos seus olhos, Nelson Werneck possuía um caráter ambíguo. Só a partir da década de 1990 é que foi de fato “descoberto”. Autor de uma obra com 56 livros e 3 mil artigos, representa uma importante contribuição para a historiografia do país, graças às suas reflexões ousadas da realidade brasileira.
Ao ensejo do ano da França no Brasil, este livro reúne artigos que analisam a presença de imigrantes franceses em território brasileiro. Ao trabalhar extensivamente questões relativas às modalidades de instalação, inserção profissional e social, torna-se elemento precioso e inédito no campo de pesquisa da emigração/imigração francesa no Brasil nos séculos XIX e XX.
Este estudo traça o retrato do movimento operário de Santos, na virada do século, quando se transformou em importante porto e cidade multirracial e multicultural. Trata-se de uma importante contribuição para o melhor conhecimento da história social e política do período.
O difundido retrato da suposta cordialidade brasileira, ilustrada pelos cenários carnavalescos ou pelo futebol, sistematicamente oculta a violência, latente ou explícita, do preconceito, da exclusão e da repressão sociais. A eficiência com que as elites ocultam essa face brutal de nossa sociedade exige um trabalho de rastreamento, de descobrimento de pistas que revelem o autoritarismo subjacente e forneçam uma interpretação mais justa. Os ensaios que compreendem este livro têm por objetivo justamente levar a cabo essa tarefa ao criticar a imagem e autoimagem da República.