Metodologia, história oral e educação matemática
Dedicando-se a debater questões atuais sobre a pesquisa em Educação e em Educação Matemática, Antonio Vicente Marafioti Garnica dialoga com expressões artísticas para investigar práticas, posturas, metodologias e áreas do conhecimento. Viver a "experiência do labirinto" é deixar-se levar pelas discussões sem circunscrevê-las a uma ou outra teoria categoria ou área; é abraçar formas de análise e registro que o autor chama de "rizomáticas" (como são os caminhos com infinitos atalhos), sem temer o caos que, ao fim, se mostra pleno de estabilidades.
Antonio Vicente Marafioti Garnica é bacharel em Matemática, com mestrado e doutorado em Educação Matemática pela Unesp, câmpus de Rio Claro. Realizou estágio de complementação junto à Universidade de LIsboa e pós-doutorado na Indiana University – Purdue University de Indianapolis (EUA). É bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq, coordena o Grupo de Pesquisa "História Oral e Educação Matemática" e atualmente é professor de cursos de graduação da Faculdade de Ciências da Unesp, câmpus de Bauru, e dos programas de pós-graduação em Educação Matemática (Unesp/Rio Claro) e Educação para a Ciência (Unesp/Bauru). Seus principais temas de interesse em pesquisa são a formação de professoras de Matemática, a História da Educalção e da Educação Matemática brasileiras e a História Oral.
Sidney Harris é um cartunista norte-americano que, embora não seja especializado em assuntos científicos, toca em pontos essenciais da ciência em seus cartuns. Tão essenciais (paradigmas das ciências naturais, a forma como cientistas escolhem seus dados, os limites da argumentação e retórica científicas) que o leitor pode ser levado a crer que ele teria sólida formação em alguma ciência natural. Surpreendente: não tem. Sua intuição dá conta de tudo. E como... Seus cartuns podem ser encontrados nas principais publicações da imprensa norte-americana (The New Yorker, Playboy), além de, é claro, em publicações científicas (Discover, American Scientist, Science, Chronicle of Higher Education), para as quais começou a escrever em 1970.
O ponto de partida da teoria da recursão consiste em analisar de maneira conceitual, em termos matematicamente precisos, as noções intuitivas de algoritmo e função algorítmica. Norteia a investigação lógica de nosso tempo e foi alvo de estudos de lógicos e matemáticos como Gödel, Turing, Kleene e Rosser, entre outros do mesmo calibre. Este livro, que preenche uma lacuna na literatura especializada em língua portuguesa e que, segundo Newton da Costa, tende a “se tornar um clássico entre nós”, oferece uma visão clara do que se faz atualmente em um terreno dos mais interessantes e significativos deste campo.
A atualidade da perspectiva pedagógica do projeto iluminista é o assunto principal do trabalho de Carlota Boto. Trata-se de um retorno às origens da perspectiva educacional do Ocidente moderno, aos escritos de Rousseau, Diderot e Voltaire. A autora mostra como o projeto iluminista já adiantava questões que hoje estão na ordem do dia, como as funções do Estado e a estrutura das políticas públicas, e reatualiza a discussão sobre o caráter emancipatório dos processos educacionais.
Este livro origina-se de pensamentos sobre os sentidos da criatividade artística. Quando o indivíduo é criativo? Como deflagrar a criatividade no ser humano? Essas interrogações levam a buscar, por intermédio de algumas análises e exemplos, um modo de situar esse fenômeno do espírito humano, construindo correlações apreendidas visualmente nas obras de arte ao longo da história.
Este livro deriva do poema “Receita de ambrosia”, publicado no livro “Em sobressaltos: formação de professora”. Caracteriza-se como um segundo ato daquele, em duplo sentido: retoma o tema/problema por meio de desdobramento do segundo ato, “O ritual”, e dá continuidade a dois artigos em que tematizo a alfabetização/ensino de língua portuguesa como processo discursivo. O objetivo é problematizar a formação inicial de professores para a compreensão ativa do processo discursivo, considerando que, para ensiná-lo, não basta falar sobre. É necessário também mostrar fazendo nas relações de ensino-aprendizagem de que os futuros professores participam aqui e agora como alunos que se formam para o magistério.
Inspiro-me na concepção de “peça didática”, de Bertolt Brecht, com finalidade de “educação estética-política”, por meio da encenação de um “modelo de ação”. A discussão do problema é mostrada em seis cenas que sintetizam momentos “cruciais” das atividades da disciplina Conteúdo, Metodologia e Prática de Ensino: Língua Portuguesa e Literatura Infantil, que ministro no curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Marília. O objetivo, entretanto, não é apresentar modelo a ser copiado ou prescrições a serem seguidas. Embora o termo “receita” (etimologicamente, “recebido”) remeta a discurso instrucional, indicando relação de ingredientes e modo de fazer, o modelo de/em ação aqui encenado se caracteriza como roteiro de uma antirreceita, de um antirritual.
Porque igualmente afetada e modificada pela condição de participante-observadora do processo encenado, convido-os a compartilhar esta peça didática como materialização de antigo e ambicioso desejo: que também ela configure um processo discursivo a propiciar experiência formativa aos leitores/espectadores assim como sua elaboração proporcionou a esta pesquisadora-narradora-personagem.