Romantismo e filosofia da história na obra de Raul Pompéia
Com O mal de D. Quixote, o autor pretende contribuir para o preenchimento das lacunas e para a recuperação dos textos negligenciados e/ou esquecidos de Raul Pompéia, retirando-os do limbo e possibilitando uma justa avaliação de sua importância. Além disso, o autor de O Ateneu manifesta como preocupações principais o sentido da história e a função da literatura. Em sua obra pode-se encontrar todo o drama, extremamente atual, da crise das utopias, do fim da história e do papel social do artista em um mundo marcado pelo desencanto e pela barbárie. Ele lutava, também, pela realização de uma arte autônoma e "pura", contrária às aspirações estéticas dominantes no campo literário brasileiro no século XIX, dominado pelos artistas comprometidos com o ideário estético do Realismo-Naturalismo.
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Se a idade de ouro nunca existiu – a não ser na imaginação – nem se avizinha, por que a felicidade é, mais que nunca, uma exigência massacrante? E o que buscar neste início de século, quando as referências se desmembram e a existência perde o sentido? Eis uma obra que revisita – desde a Antiguidade até os tempos correntes – a história da procura por essa felicidade. Nunca conquistada, mas exaustivamente procurada.
Quais são os conflitos entre as três religiões monoteístas? Neste livro, são abordadas as questões sociopolíticas e psicodinâmicas que contribuíram para o surgimento da crença em um único deus e as formas dialógicas e conflituosas que podem ser assimiladas nos três monoteísmos – cristianismo, judaísmo e islamismo.
O grande desafio deste livro está na habilidade de realizar análises críticas de três dos principais escritores em língua portuguesa de todos os tempos: Guimarães Rosa, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Os elementos comuns estudados incluem a crítica à sociedade patriarcal nacional e, acima de tudo, uma ponte constante, com idas e voltas, entre a história e a literatura. Roncari consegue desvendar caminhos interpretativos com base na leitura atenta de descrições de cenas e paisagens, além de verificar como a escrita se comunica com o poder econômico e social. Texto e contexto são assim relacionados com extrema competência, mostrando como instabilidades de ordem social presentes no sistema capitalista encontram reflexo na literatura e vice-versa.
Livro que procura discutir parte da obra de Guimarães Rosa como sendo a de um intérprete do Brasil, de forma peculiar (como afirma o autor) que, nos seus três primeiros livros, apreciou os costumes da vida pública junto aos da vida privada, os familiares e amorosos, próprios do romance. Demonstra como as três obras iniciais de Rosa, Sagarana, Corpo de baile e Grande sertão: veredas, se relacionam e se imbricam, podendo as duas primeiras ser consideradas como estudos preparatórios para Grande sertão. Nessa perspectiva, o autor investiga a genealogia e a formação do herói jagunço; a gestação dos paradigmas amorosos de Grande sertão, já incubados em Sagarana e desenvolvidos num dos romances de Corpo de baile; e a teatralização do drama civilizatório no Brasil.
A cadeia secreta reúne sete ensaios que discutem o nascimento e a consolidação de um dos gêneros centrais do século XVIII: o romance filosófico, por meio de seu principal representante, Denis Diderot (1713-1784). Com domínio absoluto do tema e rara clareza de quem adere inteiramente a seu objeto, Franklin de Mattos mostra-nos de que maneira obras como Jacques, o fatalista, A religiosa, O sobrinho de Rameau e As joias indiscretas transitam de maneira inteiramente inovadora entre a literatura e a filosofia.