Descrição da Quinta de Belas
Esta edição traz a lume a importante obra de Domingos Caldas Barbosa que permanecia praticamente esquecida do público contemporâneo, mesmo dos estudiosos brasileiros e portugueses: sua preciosa descrição da célebre Quinta de Belas. A edição conta com Glossário Botânico, de autoria de Ana Isabel Correia, textos críticos de Luiza Sawaya e Vítor Serrão, e caderno de imagens.
Domingos Caldas Barbosa foi um sacerdote, poeta e músico brasileiro.
Luiza Sawaya é licenciada em Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Mackenzie com especialização na Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo, é Mestre em Estudos Românicos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Seu duplo interesse pela literatura e pela música do Brasil, levou-a a gravar parte significativa do patrimônio lítero-musical em diversos CDs com repertório da Canção de Câmara Brasileira e das Modinhas dos séculos XVIII e XIX. Investigou a vida e a obra de Domingos Caldas Barbosa, ele mesmo dividido entre as Letras e a Música, o que resultou na dissertação de mestrado “Domingos Caldas Barbosa para além da Viola de Lereno” (2011). Sobre o autor, publicou ainda a sua obra poética erudita em Domingos Caldas Barbosa, Herdeiro de Horácio (2015) e, a seguir, Descrição da Quinta de Belas, o seu único texto em prosa (2018).
Vítor Serrão é professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e membro do centro de investigação ARTIS-Instituto de História da Arte (FLUL). Nasceu em Toulouse, França. Licenciado pela Universidade de Lisboa (1974), tem Mestrado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (1982) e Doutoramento pela Universidade de Coimbra (1992). Especializou-se no estudo da pintura portuguesa renascentista, maneirista e barroca, bem como em Teoria da Arte e no campo da salvaguarda do Património, e é autor de numerosa bibliografia nestes domínios. Destacam-se os livros O Maneirismo e o Estatuto Social dos Pintores Portugueses (1983), A Cripto-História da Arte. Análise de Obras de Arte Inexistentes (2001), A Trans-Memória das Imagens (2007) e O Fresco Maneirista do Paço de Vila Viçosa, Parnaso dos Duques de Bragança (2008), e os catálogos das exposições Josefa de Óbidos e o tempo barroco (IPPC, 1991), A Pintura Maneirista em Portugal, arte no tempo de Camões (CCB, 1995) e Rouge et Or. Trésors du Baroque portugais (Paris, 2001). É membro do conselho redatorial das revistas Artis e Archivo Español de Arte.
Ana Isabel Correia é professora auxiliar no Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e membro do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas. Desde 2003 é Conservadora de Plantas Vasculares do Herbário LISU do Jardim Botânico – Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa. As suas áreas de especialização são sistemática e ecologia de plantas vasculares e a fitoclimatologia e os interesses de investigação actuais são as plantas vasculares de Portugal e o estudo taxonómico das colecções históricas (séc. XVIII e XIX) existentes no herbário LISU.Tem participado em vários projectos de investigação na área da sistemática de plantas vasculares, nomeadamente na Serra de Sintra, na Serra da Arrábida e na área da barragem do Alqueva e ainda, na qualidade de conservadora no Herbário LISU, em projectos que visam a informatização das colecções botânicas conservadas no Herbário LISU.
Neste livro, tendo como ponto de partida a Antiguidade Clássica e as manifestações dos primeiros sinais da parábola na épica de Homero (Ilíada e Odisseia), a autor percorre os caminhos trilhados pelo gênero, observa modos de manifestação no Velho Testamento. Por fim, levanta nas obras de Brecht, Kafka e Kierkegaard as marcas da parábola moderna, que se apresenta tanto em forma de narrativa (Kafka e Kierkegaard) como na modalidade "teatro", especialmente na produção de Brecht.
Este livro contém dezesseis ensaios escritos por Todorov entre 1964 e 1969, em que o autor analisa os entrelaçamentos teóricos que emanam de análises sobre literatura e linguagem – é impossível compreender a literatura sem o olhar que se volta a seu componente poético, minimalista, ao passo que o estudo linguístico só se completa em face dos desdobramentos literários ensejados pela linguagem.
Este livro estuda a gênese do romance O amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, com base em crônicas publicadas pelo autor sob o pseudônimo de Belmiro Borba, nos jornais mineiros A Tribuna e O Estado de Minas, entre os anos 1933 e 1935.
Depois da repercussão de Os sertões, Euclides da Cunha concentrou esforços no desafio de "escrever a Amazônia". Embora inconclusa, devido à morte precoce, essa jornada literária motivou Francisco Foot Hardman a redigir alguns dos vinte ensaios que dão forma e rumo a este A vingança vde Hileia. Mas o livro não se atém apenas ao exame da prosa amazônica de Euclides em suas relações com outros escritores que tentaram representar a região, de Inglês de Sousa a José Eustasio Rivera, de Dalcídio Jurandir a Milton Hatoum. Trabalhando com o conceito de "poética das ruínas", Foot Hardman amplia e diversifica o quadro de análise, seja na critica às visões esquemáticas do Brasil moderno, seja no diálogo com as ciências humanas contemporâneas e com a modernidade literária internacional.
O leitor deste volume certamente concordará com João Cabral, que admirava a produção poética e crítica de Antonio Carlos Secchin. "Papéis de prosa" reúne discursos acadêmicos, entrevistas, uma reflexão sobre a língua portuguesa e ensaios sobre a literatura brasileira, com destaque à obra de Machado de Assis. As análises percorrem os meandros de cada texto em busca de novas relações simbólicas. Em seu conjunto, são recortes pensados e elaborados por um olhar agudo, e escritos com senso plástico e concisão: faca só lâmina. Para o deleite do leitor, a minuciosa mirada analítica de Secchin é movida por um sopro lírico, tornando esses ensaios uma prosa também poética. Milton Hatoum