Nascido em 14 de janeiro de 1875, na Alemanha, numa família tradicionalmente ligada à música e à religião, Albert Schweitzer foi um prestigiado organista, especialista em Bach, escritor e professor de teologia na Universidade de Estrasburgo. Decidido, porém, a embarcar para a África como médico e missionário, começa a estudar medicina em 1905. Com suas atividades profissionais anteriores, inicia a arrecadação de fundos para o curso e a futura construção de um hospital em Lambaréné, na África equatorial. Em 1913, embarca para a África para construir uma estação médica a serviço da Sociedade Missionária francesa. Morreu em 4 de setembro de 1965, em Lambaréné, no atual Gabão.
Ganhador do Nobel da Paz em 1952 e laureado com o prêmio Goethe, em 1928, Albert Schweitzer possui dois títulos publicados pela Editora Unesp. Em homenagem ao seu aniversário, os livros estão com desconto de 30% até dia 15 de janeiro.
Entre a água e a selva
Autor: Albert Schweitzer | Páginas: 184 | De R$ 40 por R$ 28
Em um relato incrível, envolvente e extremamente humano, Schweitzer conta detalhes que vão desde a conturbada viagem para chegar às suas novas instalações na África até o desejo latente de retomar seus serviços quando, após quatro anos e meio exercendo a medicina no continente africano, viu seus recursos acabarem por ocasião da guerra e passou por problemas de saúde.
O cenário local é retratado com o cuidado de quem não só observa, mas vive o contexto. O relato de histórias de pessoas e costumes contornam a narrativa que se constrói a partir das experiências do novo médico em um ambiente tão diferente e precário para o exercício da medicina. Com a ajuda de sua esposa e do enfermeiro Joseph, nativo da região, Schweitzer conseguiu ajudar inúmeros nativos que padeciam de doenças locais ou levadas pelos europeus, realizou operações com sucesso e deu vida nova aos doentes mentais que eram frequentemente tratados como animais, como frisa o próprio autor.
Apesar da falta de recursos e de ajuda que lhe permitissem ampliar o conforto aos pacientes e a si próprio, Schweitzer continuou com seu projeto e pela excelência de seu trabalho foi recompensado com o Prêmio Nobel da Paz em 1952, com a gratidão e confiança dos nativos e com conterrâneos que se tornaram entusiastas de suas inciativas. “O socorro que devemos prodigalizar aos homens da África não nos deve seduzir como uma ‘obra de bem’, e sim como um imperioso dever”, ressalta o autor.
Filosofia da civilização
Autor: Albert Schweitzer | Páginas: 184 | De R$ 66 por R$ 46,20
Concluída entre 1914 e 1917, portanto em meio à Primeira Guerra Mundial, esta obra faz uma crítica à filosofia ocidental por seu fracasso em construir, como se propõe, uma visão duradoura de mundo capaz de fundar uma civilização baseada no otimismo perante a vida e na ética. E sugere um novo caminho, que, porém, não rejeita o antigo Racionalismo, mas procura retomá-lo do século XVIII, dando-lhe nova conformação: a do Racionalismo incondicional. Esse novo pensamento racionalista proposto por Albert Schweitzer (1875-1965) deixa de lado a obsessão por conhecer o sentido do mundo – que admite como meta intangível – e centra-se no sentimento de “querer viver”.
Para Schweitzer, é no desejo de viver, inerente a cada um, que reside a visão de vida otimista e ética, que necessariamente precede a visão de mundo, em vez de enraizar-se nesta: se reverencia a própria vida, cada ser humano deve considerar sagrada toda e qualquer vida. Ao aprofundar tal interpretação, o Racionalismo incondicional aflui para o misticismo, propondo que, por meio da atitude otimista da vida e do mundo e também da ética, o ser humano satisfaz o desejo universal de querer viver que nele se revela. O filósofo escreve: “Vivo minha vida em Deus, na misteriosa personalidade divina e ética que não reconheço dessa forma no mundo, mas apenas a vivo como um anseio misterioso em mim”.