Olivier Besancenot e Michael Löwy demonstram como as conquistas históricas dos trabalhadores estão cada vez mais ameaçadas

Notícia
Notícias
domingo, 12 de dezembro de 2021

O tempo de trabalho foi sendo reduzido ao longo de todo o século XX, mas, com o alvorecer do século XXI, a regressão social do que foi conquistado se torna mais evidente 

Enquanto países como Islândia e Suécia realizam experimentos bem-sucedidos para reduzir a jornada de trabalho de cinco para quatro dias em busca de mais qualidade de vida e aproveitamento do tempo, na contramão, outros países, como o Brasil, aprovam modelos que precarizam ainda mais as relações e trabalho, expondo trabalhadores a condições incompatíveis com o que se preconiza para o século XXI. E esse tema não é novo: as conquistas obtidas com as lutas operárias ao longo do século XX, com oito horas de jornada, agora, correm cada vez mais risco. O diagnóstico dá luz ao trabalho de Olivier Besancenot e Michael Löwy A jornada de trabalho e o “reino da liberdade”, lançamento da Editora Unesp.

“Este livro é ao mesmo tempo uma reflexão sobre o pensamento de Marx e um mergulho nos debates e confrontos atuais acerca do tempo de trabalho”, explicam os autores na introdução. “Nosso ponto de partida é uma ideia formulada por ele no Livro III de O capital: a de que o reino da liberdade começa com a redução da jornada de trabalho. Sua obra tem sido objeto frequente de leituras positivistas, economicistas e acadêmicas. Duzentos anos depois do nascimento de seu autor, já é tempo de deitar luz em sua formidável dimensão humanista e revolucionária. Trata-se, em última análise, de mostrar a atualidade das questões levantadas por Marx, sua importância para os nossos combates de hoje, sua força crítica e visionária.”

O livro divide-se em cinco partes: na primeira, os autores se dedicam a examinar a reflexão de Marx e de alguns marxistas sobre o sentido civilizacional do tempo livre; no segundo, tratam da luta pela redução do tempo de trabalho, tal como apresentada no capítulo X do Livro I de O capital; no terceiro, exploram o combate pela redução do tempo de trabalho, desde os mártires de Chicago, pioneiros da luta pela jornada de oito horas, até o século XXI; no quarto, lidam com a atual luta pela redução da jornada de trabalho em face da ofensiva neoliberal; e, por fim, no quinto, realizam uma excursão utópica em um futuro comunista emancipado, no qual as pessoas finalmente disporão de tempo livre: algumas imagens do “reino da liberdade”.“É evidente que esse ‘reino’ pressupõe uma mudança radical, isto é, uma revolução”, creem os autores. “Nosso texto não é uma análise universitária nem um panfleto político voltado unicamente para os desafios do presente. Ele procura combinar o estudo ‘filosófico’ e histórico de diversos escritos de Marx, a história dos combates do passado e a análise dos debates atuais, antes de concluir com uma ficção ‘futurista’.” 

Sobre os autores: 

Olivier Besancenot foi candidato à presidência da França e é membro da direção do Novo Partido Anticapitalista (NPA).

Michael Löwy é diretor emérito do CNRS, pesquisador da história do marxismo na América Latina. Pela Editora Unesp, os autores já publicaram Che Guevara: uma chama que continua ardendo (2009) e Afinidades revolucionárias: Nossas estrelas vermelhas e negras – por uma solidariedade entre marxistas e libertários (2016).

Título: A jornada de trabalho e o “reino da liberdade”
Autores: Olivier Besancenot e Michael Löwy
Tradução: Luiz Antônio Oliveira de Araújo
Número de páginas: 126
Formato: 12 x 21 cm
Preço: R$ 40,00
ISBN: 978-65-5711-049-2 

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
imprensa.editora@unesp.br