A Editora Unesp encerra o ano de 2019 e destaca algumas de suas publicações primorosas, que mais tiveram sucesso entre o público leitor. Em 2020, desejamos seguir compartilhando conhecimento e construindo novos saberes. Confira abaixo a lista:
Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes
Na obra, Barthes propõe caminhos originais e estimulantes para explicar – ou pelo menos esclarecer – a experiência amorosa e o ser enamorado. Esse discurso talvez seja falado por milhares de pessoas (quem sabe?), mas não é sustentado por ninguém; foi completamente abandonado pelas linguagens circunvizinhas: ou ignorado, ou depreciado, ou ironizado por elas, excluído não somente do poder, mas também de seus mecanismos (ciências, conhecimentos, artes).
História do suicídio, de Georges Minois
Nas célebres análises de Michel Vovelle, François Lebrun, Pierre Chaunu, Philippe Ariès, John MacManners, dentre outros, sobre a morte nos tempos de outrora, existe uma grande ausência: a morte voluntária. No presente livro, Georges Minois realiza um voo de amplo alcance, debruçando-se sobre farta documentação, para tentar ampliar nosso arsenal argumentativo sobre um dos últimos tabus do nosso tempo.
A fabricação do direito, de Bruno Latour
O livro vem ocupar posição estratégica na obra de Latour, que agora pode comparar os modos pelos quais os caminhos jurídicos constroem associações com outros tipos de conexão por ele estudadas em outras áreas do conhecimento. Seu projeto de interpretação alternativa da própria noção de sociedade nunca esteve tão claro quanto neste livro, que é uma espécie de olhar laboratorial sobre a área do direito.
Primeiros escritos filosóficos, de Theodor W. Adorno
Este volume é composto por cinco dos textos fundamentais produzidos por Theodor Adorno em sua juventude, mais especificamente entre 1924 e 1932: “A transcendência do coisal e do noemático na fenomenologia de Husserl”, “O conceito de inconsciente na doutrina transcendental da alma”, “A atualidade da filosofia”, “Ideia da história natural” e “Teses sobre a linguagem do filósofo”. Tais escritos abrem uma importante janela para o primeiro momento do trabalho filosófico de Adorno e permitem estabelecer conexões e contrastes com seu pensamento ulterior.
Reificação, de Axel Honneth
Neste livro, o filósofo e sociólogo alemão Axel Honneth, destacado representante contemporâneo da Escola de Frankfurt, propõe uma roupagem inovadora para o conceito de reificação, ao atrelá-lo também a comportamentos cotidianos, por exemplo, os que se verificam no ambiente familiar, no mercado de trabalho e nos relacionamentos amorosos mediados por redes sociais. O livro sintetiza duas décadas de reflexões do autor sobre a reificação, apresentando um olhar surpreendente para as transformações do establishment social e político de nossos tempos.
Relatos astecas da conquista, Georges Baudot e Tzvetan Todorov (Orgs.)
Vasta literatura a respeito das expedições de Colombo, Cortés, Cabral, Pizarro e outros, bem como sobre os processos de invasão e colonização que lhes sobrevieram, foi produzida por intelectuais de todo o mundo, especialmente nas Américas. No entanto, menos conhecida é a rica literatura produzida neste continente pelos próprios povos vencidos, ainda no “calor da hora” da invasão de que foram vítimas. Narrativas e imagens contemporâneas aos célebres relatos dos invasores europeus. Este volume apresenta uma antologia de tais relatos e rica iconografia com ilustrações presentes nos manuscritos originais.
História da solidão e dos solitários, de Georges Minois
A oposição entre convivência e isolamento é intensificada pelo papel das novas tecnologias de comunicação e das redes sociais. Mas esse fenômeno é apenas o ponto de chegada de uma longa história que começa na Antiguidade, quando os pensadores já haviam posto a alternativa em seus termos: o homem é um “animal social”, mas não deixa de ser amante dos encantos bucólicos do isolamento. Solidão física e psicológica, solidão voluntária e aplicada como pena criminal, refúgio e maldição: este livro retraça em detalhe a história da dubiedade dessa condição humana.
O ser humano diante do câncer e a vontade de curar. de Nise H. Yamaguchi
Este livro faz parte de um panorama mais promissor associado ao aprimoramento de conhecimento e protocolos clínicos e às possibilidades cada vez maiores de cura definitiva para o câncer. Combinando ferramentas de autoconhecimento oriundas tanto de culturas orientais como de ocidentais, psicologia e medicina de ponta, o texto que chega ao público neste momento pretende contribuir para pavimentar caminhos de esperança, serenidade e perseverança.
Categorias, de Aristóteles
Para Aristóteles, a filosofia se ocupa de todas as coisas existentes, mesmo não tendo a ciência de cada uma delas. Porém, para fazê-lo, devemos considerar todas as coisas em algum sentido que nos permita estudá-las como um conjunto. Diante desse desafio, o filósofo grego propõe que a multiplicidade de seres, a partir de suas propriedades gerais, pode ser classificada com base em dez conceitos fundamentais – as chamadas categorias.
Estudos sobre a personalidade autoritária, de Theodor W. Adorno
A presente edição é resultado de uma seleção de textos da obra original de quase mil páginas intitulada The Authoritarian Personality, escrita por Adorno, Levinson, Sanford e Frenkel-Brunswik e publicada em 1950 nos Estados Unidos. Os textos que compõem o presente livro debatem como, em plena Segunda Guerra Mundial, o fascismo não era um episódio isolado, mas estava presente de forma latente em amostras da população norte-americana da época. Sua base de argumentação procura expor como o autoritarismo mantém relações profundas com o “clima cultural geral” do modo capitalista de organização socioeconômica – o que preserva a atualidade dessa investigação.