Eugenio Garin procura mostrar como um tipo de cultura estreitamente relacionado originalmente às cidades italianas do início da Época Moderna acaba por se constituir uma das precondições para a renovação da ciência e do pensamento científico, trazendo uma nova concepção das relações entre o homem e as coisas, universalizando assim o que parecia específico e localizado.
Eugenio Garin (1909-2004) nasceu em Rieti. Foi professor emérito da Escola Normal Superior de Pisa. Publicou numerosos trabalhos que, em sua maioria, tiveram como tema o Renascimento. Entre eles, cumpre destacar: Medioevo e Rinascimento, Rinascite e rivoluzioni. Movimenti culturali dal XIV al XVIII secolo e L’umaneismo italiano.
Com o título de "A doutrina aristotélica da ciência" este livro foi tese de doutoramento, defendida na Universidade de São Paulo em 1967, logo tornado um clássico entre os especialistas. Ao estudar os Segundos Analíticos, obra reconhecidamente difícil de Aristóteles, Oswaldo Porchat Pereira mostra inicialmente a coerência interna da teoria da ciência tal como exposta no Livro I daquele tratado contra aqueles que nela viam principalmente ambigüidades e hesitações. Demonstra, em seguida, como o Livro II é o complemento indispensável do primeiro, em vez de se contrapor a ele ou de corrigi-lo, como geralmente se pretendia. Por fim, acentua a complementaridade entre a teoria analítica da ciência e a dialética aristotélica, colocando-se, assim, na contracorrente dos estudiosos que insistem em postular oposições desnecessárias entre a teoria e a prática da ciência no filósofo grego.
Este livro procura mitigar impasses e imprecisões frequentes no debate sobre as questões que estão na própria concepção da fenomenologia e facilitar a compreensão do trajeto filosófico de Edmund Husserl no enfrentamento desses tópicos. É retraçado o cenário do nascimento de sua fenomenologia, em um momento em que o discurso filosófico está em ruptura com o discurso matemático e das ciências duras, ao mesmo tempo que são descritos pontos nevrálgicos do pensamento de husserliano, bem como as cisões interpretativas que ele ensejou.
Físico, matemático, astrônomo, filósofo e literato, Galileu Galilei foi um dos pilares do Ocidente contemporâneo. Nos textos reunidos em Ciência e fé, travamos contato com o seu pensamento revolucionário, ao desvendar as relações entre a Ciência da Natureza (chamada na época de "Filosofia Natural") e a interpretação que a tradição católica faz da revelação bíblica durante o século XVII.
Para Feyerabend, o racionalismo tradicional prevê apenas uma dentre várias formas de se alicerçar o conhecimento, e todas elas devem ter os mesmos direitos e acesso igual aos centros de poder. Este livro, além de constituir um corajoso autorretrato intelectual, é também uma resposta às reações desencadeadas por seu polêmico Contra o método.
Analisando aspectos da luta que os primeiros cientistas modernos travaram contra o misticismo, o ocultismo e o orientalismo, esta obra oferece excelente oportunidade para uma ampla reflexão sobre este movimento que abalou as formas de pensar dos séculos XV e XVI, além das interpretações inovadoras de aspectos científicos do trabalho desses pioneiros.