Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.
José Morais, de origem portuguesa, é professor da Faculdade de Ciências Psicológicas e da Educação, da Universidade Libre de Bruxelas, e colabora regularmente em universidades americanas.
A arte de roubar, obra contextualizada na Espanha oitocentista, traz um estudo sobre a arte do embuste, ou, como diz seu título alternativo, um “manual para não ser roubado”. Ora tendendo ao ensaio, ora ao texto narrativo, o livro apresenta uma bem-humorada crônica de costumes que surpreende por sua argúcia cortante e atualidade.
Tradução, letras, conduta ética, qualidades essenciais do tradutor, humildade intelectual, paciência, fidelidade ao pensamento, emoção do original, cultura geral, cultura literária, cultura psicológica, cultura histórica, pendor artísticoApós 50 anos de sua primeira edição, este livro, de autoria de um dos mais renomados tradutores brasileiros de todos os tempos, influenciou gerações de profissionais. Ao conscientizá-los de que devem ir além das letras, seguindo uma conduta ética, com alerta para as qualidades essenciais do tradutor: humildade intelectual, paciência, fidelidade ao pensamento e emoção do original e cultura geral, não só literária, como também psicológica e histórica, além do pendor artístico, conclui que traduzir é uma verdadeira arte.
A Poética de Aristóteles (384 - 322 a.C.) alicerça toda a teoria crítica ocidental. Foi a obra de maior influência na literatura ocidental. Mcleish atravessa um longo período de crescente obscuridade, mistificação, moralização e desvela a obra de forma direta e notavelmente original. O filósofo que “emerge” se revela mais “moderno” que qualquer de seus intérpretes.
Esta obra faz uma crítica à execução da medida socioeducativa em meio aberto liberdade assistida, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo argumentação teórica, lastreada em pesquisa empírica nos processos de ato infracional, "a intervenção judicial não garante o acesso dos adolescente à plena cidadania, uma vez que não visa à superação da exclusão social e das condições precárias de cidadania - o que, de acordo com o documento legal, deveria ser a finalidade da medida". Trata-se de processo de normalização em que a intervenção estatal se resume à vigilância dos indivíduos e das famílias, até que o adolescente seja reinserido nos aparelhos disciplinares da escola, da empresa e da família normalizada. "Se isso não correr, o resultado da medida acaba por ser o registro da história de vida do delinquente juvenil, à disposição dos aparelhos de repressão criminal."
Este estudo analisa a alegoria como procedimento de construção fundamental em A jangada de pedra (1986), de José Saramago, em que ela desponta como 'figura' ideal para performatizar o insólito posicionamento do país, segundo a ótica do narrador do romance. Empreendendo uma leitura alegórica da alegoria, isto é, desfazendo seu funcionamento tópico, construímos uma análise da obra na qual esta se oferece como verdadeira alegoria da modernidade para focar a identidade cultural portuguesa. A dessacralização de mitos ligados a uma tradição histórica e o poder desestabilizador da linguagem narrativa se interpenetram no funcionamento alegórico fazendo de A jangada de pedra uma obra singular.