História da esquerda democrática em São Paulo (1945-1965)
Este livro reconstitui de modo original a história e a evolução do PSB em São Paulo, de 1945 a 1965. Tomando como base de análise o jornal A Folha Socialista, esta reflexão sobre as propostas, a composição e a atuação deste órgão tem como eixo a produção teórica dos militantes. A reconstituição desse ideário, de caráter reformista, contribui, de modo bastante significativo para uma maior compreensão da realidade política nacional contemporânea.
Frederico Alexandre de Moraes Hecker, paulistano, professor universitárois desde 1980, lecinou nas FMUs (1980-1988), no Departamento de HIstória da PUC-SP (1988-1993) e é professor de História Contemporânea da Unesp, câmpus Assis, desde 1993. Publicou artigos em periódicos e revistas especializadas, e os livros: Introdução à história da Revolução Russa (Eda, 1986); Um socialismo possivel: a atuação de Antonio Piccarolo em São Paulo (T. A. Queiróz Editor, 1989). Foi editor de história e política da Grande Enciclopédia Larousse-Cultural (Universo, 1988-1989). É membro do Conselho Diretor da Revista de História da Unesp, conselheiro do Condephaat, assessor ad hoc da Fapesp e membro do ANPUH-SP.
Ainda é possível operar uma crítica radical ao capitalismo e suas formações a fim de abrir espaço à defesa de uma democracia socialista? Por meio deste livro, Ralph Miliband responde afirmativamente à questão. Para tanto, ele procura reavaliar o projeto socialista à luz das experiências do século XX e das transformações que ocorreram no capitalismo contemporâneo. Aceitando o desafio de pensar a sociedade após a queda do Muro de Berlim, Miliband não abre mão do horizonte igualitário e radicalmente democrático que marcou o ideário socialista. Issoimplica uma reavaliação que possibilite dizer o que está vivo e o que está morto no marxismo. O livro termina com um levantamento das perspectivas dos países do Terceiro Mundo, assunto que não deixa de dizer respeito ao Brasil.
Este é um livro que ganhou fama, antes mesmo de ser publicado. Desde 1975, quando João Manuel apresentou O capitalismo tardio como tese de doutoramento, as cópias xerografadas circulam pelo Brasil inteiro, cada vez menos legíveis pela incessante reprodução. O autor, como de hábito, ignorou sistematicamente o sucesso de seu trabalho clandestino e desdenhou os elogios. Absorveu as objeções com o mesmo rigor com que costuma avaliar os méritos de sua própria obra. Por isso desapontou os críticos com o silêncio e suportou os apelos para publicar o livro, com o desapego dos que já estão pensando novas questões. A distância que João Manuel guarda em relação a seus trabalhos terminados é proporcional à intimidade que mantém com o pensamento vivo e questionador.
Um olhar atento sobre a formação de São Paulo surpreenderá, desde logo, os caminhos fluviais que permitiam a alimentação, a recreação e o deslocamento de seus mais antigos habitantes; também focalizará as trilhas terrestres, com tropeiros e suas tropas interrompendo as viagens para o pouso, nas margens dos rios. Este livro ressalta que o traço característico desse processo está na constituição de uma sociedade movediça, configurada pela dispersão humana, por um ir e vir constante – a "têmpera andeja" – como mecanismo de alcance do "equilíbrio vital". A autora estuda alguns aspectos da sociedade paulista, na primeira metade do século XIX, sublinhando sempre essa marca de movimento, que imprime à vida urbana um ritmo incessante de ficar e de partir.
Mary del Priore abre ao leitor uma vista privilegiada dos conflitos e intrigas que antecederam a queda do Império brasileiro Entre descrições evocativas de Petrópolis, Rio de Janeiro e Paris, trechos de cartas que permitem vislumbrar a interioridade dos biografados e excertos de jornais e revistas que revelam os anseios populares e o cotidiano do século XIX, O castelo de papel é um envolvente retrato do período que antecedeu a queda do Império brasileiro – uma nação mergulhada em conflitos irreconciliáveis, tentando resistir à inexorável marcha da história.
“Aos touros! Aos touros!” Quem imaginaria que o Rio de Janeiro já foi palco de touradas? Este livro traz à luz o contexto histórico que emoldura a ocorrência das touradas na então capital do Brasil, num período que vai do século XVII ao início do XX. Relações conturbadas entre colônia e metrópole, divergências de opinião acerca do caráter bárbaro do espetáculo, polêmicas sobre o comportamento do público: Sol e sombra levará o leitor a um universo adormecido e desconhecido de muitos – a tauromaquia em terras cariocas.