Economia, cultura e relações sociais em São Paulo – 1808-1850
Um olhar atento sobre a formação de São Paulo surpreenderá, desde logo, os caminhos fluviais que permitiam a alimentação, a recreação e o deslocamento de seus mais antigos habitantes; também focalizará as trilhas terrestres, com tropeiros e suas tropas interrompendo as viagens para o pouso, nas margens dos rios. Este livro ressalta que o traço característico desse processo está na constituição de uma sociedade movediça, configurada pela dispersão humana, por um ir e vir constante – a "têmpera andeja" – como mecanismo de alcance do "equilíbrio vital". A autora estuda alguns aspectos da sociedade paulista, na primeira metade do século XIX, sublinhando sempre essa marca de movimento, que imprime à vida urbana um ritmo incessante de ficar e de partir.
Denise Aparecida Soares de Moura é professora livre-docente do Departamento de História da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e de seu Programa de Pós-graduação em História. Especialista em História do Brasil Colônia, com projetos no campo da cultura visual colonial, em especial da história da cartografia. Realizou estágios de pós-doutoramento na Universidade Nova de Lisboa (2008) e na Johns Hopkins University (2013). É membro da International Society for the History of the Map (ISHMap) e da Rede Brasileira de Estudos em História Moderna. Participa da equipe do projeto “Construindo um mundo global: migrantes através do Atlântico Local2Global” desenvolvido pelo Centro de Investigação Transdisciplinar (Citcem), sediado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal).
Esta coletânea de textos fornece uma amostra representativa da obra de John Russell-Wood, um dos mais brilhantes e importantes historiadores de língua inglesa, preocupado em compreender a dimensão atlântica do império português na Idade Moderna.
Esta coletânea de textos fornece uma amostra representativa da obra de A.J.R. Russell-Wood, um dos mais brilhantes e importantes historiadores de língua inglesa, preocupado em compreender a dimensão atlântica do império português na Idade Moderna.
Mapear é uma ação inerente ao humano, pois todo indivíduo consciente necessita se situar no espaço. Nesse sentido, qualquer pessoa – profissional da geografia ou da cartografia ou leigo nessa área – pratica geografia, mapeamento e produz mapas mentais, gráficos ou performáticos para se orientar ou para simplesmente descrever o espaço. Quando essas geografias não profissionais são apropriadas pelos Estados, seus autores originais são elididos e, consequentemente, seus legítimos direitos à terra são anulados, como mostra a experiência do Estado colonial português na segunda metade do século XVIII, quando disputava com a Coroa de Espanha a definição de seus limites territoriais na América do Sul. Este é um livro sobre como estados coloniais da época moderna inventaram soberania, autoridade e direitos sobre terras de outros a partir de expedições de mapeamento e mapas. A partir da cartografia histórica do Brasil, a autora indica um caminho para começarmos a recuperar autorias de territórios e lugares apagadas por agentes estatais envolvidos em simular impérios, territórios e terras de Estado.
O leitor encontra, neste livro, uma história e uma etnografia de Iauaretê, povoado indígena multiétnico situado no médio rio Uaupés, fronteira Brasil-Colômbia, noroeste da Amazônia brasileira. O tratamento das fontes históricas e do material empírico é um exercício dedicado à elucidação das premissas sociocosmológicas pelas quais os grupos indígenas descrevem e vivenciam as transformações sociaisd que se passaram na região desde o início da colonização no século XVIII.
Reconstruir historicamente o perfil institucional da Escola "Joaquim Ribeiro", de Rio Claro, é o objetivo deste livro. Desse modo, Marilena Guedes analisa a cultura escolar no momento da modernização do Brasil. Esse dispositivo permite à autora recuperar os objetivos educacionais da época e a natureza das relações sociais existentes entre os diferentes sujeitos que lá atuaram.