Mocamboms, quilombos e comunidades de fugitivos no Brasil (Séculos XVII-XIX)
Na história da resistência escrava nas Américas, o Brasil tem o maior número de povoamentos de escravos fugitivos, conhecidos como quilombos ou mocambos. Nenhuma outra área escravista teve tantos. Este livro, além da participação dos africanos, esclarece os contatos e o papel dos indígenas e dos quilombolas, tanto nas relações de aliança e assistência mútua como nas de guerra. Original, informativa, atualizada, escrita num estilo fluente e envolvente, com o espírito informado e crítico, esta obra consolida o autor como principal especialista em quilombos no Brasil. Baseia-se em pesquisas que cobrem diversas regiões brasileiras e suas fronteiras - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Bahia, e sobretudo Grão-Pará e Maranhão. Flávio Gomes Interpreta os documentos à luz de um conhecimento atualizado em vasta bibliografia nacional e estrangeira, cuja leitura ajuda a comparar os quilombos brasileiros entre si e com aqueles de outras regiões da Afro-América, proporcionando uma perspectiva mais hemisférica, menos provinciana do tema.
Flávio dos Santos Gomes é professor associado do setor de História do Brasil, no Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutor em História Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, 1997). Foi professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) de 1994 a 1998. Em 2009 obteve a John Simon Guggenheim Foundation Fellowship. Realizou estágio de pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP) (2006); Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC, 2012-2013); e foi pesquisador visitante na New York University (2014) e professor visitante na USP (2019).
O objetivo de Ventres livres? Gênero, maternidade e legislação é explorar, pela perspectiva do gênero, da raça e da liberdade, aspectos múltiplos e complexos da escravidão de mulheres no processo de emancipação, tanto no Brasil como em outras sociedades escravistas atlânticas, centrando especialmente nossa problemática em questões vinculadas às violências da escravidão e às resistências apresentadas por essas mulheres.
O leitor encontra, neste livro, uma história e uma etnografia de Iauaretê, povoado indígena multiétnico situado no médio rio Uaupés, fronteira Brasil-Colômbia, noroeste da Amazônia brasileira. O tratamento das fontes históricas e do material empírico é um exercício dedicado à elucidação das premissas sociocosmológicas pelas quais os grupos indígenas descrevem e vivenciam as transformações sociaisd que se passaram na região desde o início da colonização no século XVIII.
Ao realizar uma abordagem histórico-cultural de três literaturas de viagens europeias ao Brasil, o autor evita a biografia laudatória, a explicação economicista ou a crítica literária, enfatizando permanências e mudanças, explícitas ou sutis, em diferentes formas de descrição do país. Obras do calvinista Jean de Léry, fascinado pela língua tupi-guarani; do padre jesuíta André João Antonil, pragmático em sua análise das riquezas nacionais; e do aventureiro Richard Francis Burton, com uma inesgotável energia para compreender e classificar tudo o que via no Novo Mundo, são analisadas como autênticas e complexas percepções da realidade, que abarcam do século XVI ao XIX.
Este esforço de investigação é um capítulo particularmente interessante dos estudos históricos recentes sobre a escravidão, porque contém modulações importantes não apenas no estilo de conceber as relações familiares escravas, mas também de interrogar o passado e reescrever a história. Foi a incorporação de novos tipos de fonte que permitiu conhecer melhor o que, até então, era tido por incompatível com o cativeiro.
O tempo livre é visto hoje como elemento indispensável na busca de melhor qualidade de vida. Isso nos permite afirmar que as atividades que o preenchem e as formas de desfrutá-lo constituem via de acesso privilegiada para a compreensão e dinâmica cultural e dos valores sociais contemporâneos. Valendo-se dessa percepção, Magnani desenvolveu uma das primeiras pesquisas etnográficas realizadas no Brasil sobre as modalidades de entretenimento e suas relações com a rede de lazer.