O livro procura mostrar as inflexões mais decisivas que levaram da Fenomenologia alemã de Edmund Husserl à 'filosofia existencial' ou 'existencialismo' de Merleau-Ponty. Entre elas, a mais decisiva é a critica feita pelo filosofo francês do idealismo husserliano e a consequente consagração do 'mundo vivido' como o território legítimo da Filosofia.
Luiz Damon Santos Moutinho é professor Associado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e atua na área de história da filosofia contemporânea, com ênfase em fenomenologia e ontologia.
Retrato, de maneira acurada e instigante, dos férteis meandros da análise corrente do pensamento e da consciência humanos, este livro merece ser, e de fato é, universalmente reconhecido como um pequeno clássico contemporâneo. O impacto das idéias expostas não se circunscreve a um campo particular da digressão filosófica: desde a questão ontológica ("O que existe?"), até a questão semântica ("Como ligar o significado a estados mentais?") e a epistemológica ("O que é o conhecimento e de onde provém?") são âmbitos diretamente afetados pelos desdobramentos da discussão atual sobre as noções de consciência e mente.
Mente e corpo são dois elementos separados ou que atuam em harmonia? Esta questão é apenas o princípio dos temas tratados por Christopher S. Hill neste livro. Assim, para compreender as ideias exploradas pelo autor, é preciso conhecer os pensamentos fundadores da Filosofia da Mente. Esta corrente estuda os fenômenos, funções e propriedades mentais, a consciência e sua relação com o corpo físico e, em particular, com o cérebro. E o diferencial desta obra de Hill está justamente no modo como ele busca responder perguntas centrais sobre as diversas manifestações da consciência: a consciência como agente, como incentivadora de ações, em sua forma introspectiva etc. Ele desvenda em seu texto essas complexas relações, procurando entender as reações físicas, do corpo, a elementos subjetivos da consciência (dor, amor, desejo, crença). É perceptível que o terreno pisado pelo autor é fértil para muitos desdobramentos e desafiador para aqueles que se dedicam nesta empreitada. Mas é precisamente por tratar com cuidado e dedicação um tema tão repleto de possibilidades que este livro de Christopher S. Hill merece o esforço de seus leitores. Em uma época em que a neurociência aponta avanços para a compreensão do homem e do cérebro, nada mais natural do que também descobrir as conexões feitas no centro do nosso intelecto.
Marramao discute o típico dualismo ocidental entre pensamento laico e religioso. A noção de secularização e secular, em especial, merece do autor um estudo aprofundado onde são reconstruídos contextualmente os deslocamentos semânticos e as extensões metafóricas pelos quais esta crucial e controversa noção veio a se transformar de terminus technicus, originariamente surgido no âmbito jurídico, em básico conceito teológico e de filosofia da história.
O Dao De Jing (ou Tao Te Ching), tradicionalíssima coletânea de provérbios chineses, é a raiz de tradições religiosas e filosóficas milenares como o Taoismo e o Zen. Nos últimos séculos, após inúmeras traduções, despertou o interesse do público ocidental. A Editora Unesp lança esta tradução inédita com um enfoque particular: tornar mais compreensível a complexa tradição cultural da China, possibilitando uma visão de como seu povo percebe o mundo.
No presente livro, Russell se debruça sobre aspectos que, sistematicamente consolidados nas infraestruturas do ensino, são aceitos como naturais. Ele condena, por exemplo, o hábito de estimular os alunos a decorar determinadas informações às vésperas de exames. “O tipo adequado de instrução ensina a usar livros, não façanhas mnemônicas inúteis que se destinam a tornar os livros desnecessários”. O autor milita por um conceito de “educação livre”, sem as amarras conservadoras que sempre caracterizaram o ensino de uma maneira geral. Essa noção de liberdade, para Russell, implica inclusive liberar a criança da presença em sala de aula em certas situações para deixá-la simplesmente “ir brincar”. O ódio pelas autoridades que a oprimem, ele crê, poderá se entranhar nela e se transformar, no futuro, em desejo de infligir opressão equivalente a seus pares. Seu olhar sobre o tema, no entanto, não se atém aos limites da sala de aula ou da escola. Passa também por reflexões sobre religião, sexo, patriotismo, competição, propaganda.