Ensaios sobre etnicidade e multiculturalismo
Livro que apresenta uma reunião de textos que adicionam novos temas a questões tradicionalmente abordadas, ao longo de mais de quatro décadas, por Roberto Cardoso de Oliveira. Aqui é tratada temática da identidade étnica, a sua relação com os fenômenos culturais e com o mundo moral: a recuperação da dimensão do Ego associada ao problema da liberdade frente às possibilidades de manipulação da identidade étnica; as vicissitudes da identidade étnica e/ou nacional nas mais variadas situações observáveis no interior das sociedades anfitriãs de grande escala; e, finalmente, a transposição de uma experiência de pesquisa até então centrada nas relações entre índios e não índios passa, agora, para um estudo voltado à gênese de ideologias étnicas numa nação milenar.
Roberto Cardoso de Oliveira foi professor emérito (Unicamp), doutor honoris causa (UFRJ e UnB), membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da The Academy of Sciences for the Developing World. Graduado em Filosofia e com doutorado em ciências sociais, ambos na USP, realizou estágio pós-doutoral no Department of Social Relations da Universidade de Harvard.
Em dez ensaios, um dos maiores antropólogos brasileiros, Roberto Cardoso de Oliveira, aborda diversos aspectos relacionados à sua especialidade. O livro divide-se em três partes. A primeira, "O conhecimento antropológico", é dedicada à epistemologia da antropologia social e cultural. A segunda, "Tradições intelectuais", busca identificar as raízes das antropologias, notadamente as denominadas "periféricas", em comparação com as "centrais" ou metropolitanas. Por fim, a terceira, "Eticidade e moralidade", volta-se para o que se poderia chamar de "discurso prático", e nela o autor retoma a temática de um recente livro seu, em que explora a teoria da ética do discurso em conexão com a antropologia. 2ª edição - revista e atualizada. (Co-edição: Paralelo 15)
Nesta obra, editada pela primeira vez em português, Wolfgang Schluchter, um dos mais renomados estudiosos de Max Weber, analisa de forma abrangente a visão sobre a modernidade do pensador alemão. O livro se compõe de quatro ensaios crítico-analíticos dos principais textos de Weber e de estudos esparsos que ele fez sobre economia das religiões, além de um panorama, que busca esmiuçar o programa de investigação weberiano.
Derrubada a ideia de que a humanidade estaria situada entre a divindade e a animalidade, onde, e em que grau, o homem difere dos outros seres vivos? A racionalidade, suposta marca e alavanca da supremacia humana sobre as outras espécies, bastaria como elemento definidor da condição humana?
Inimigos da esperança é um ensaio de Lindsay Waters que objetiva "exortar os acadêmicos a tomar medidas para preservar e proteger a independência de suas atividades, tais como escrever livros e artigos, da forma como antigamente os concebiam, antes que o mercado se torne nossa prisão e o valor do livro seja depreciado". Para ele, "os editores acadêmicos enfrentam perigos oriundos de todos os lados: do público, dos contribuintes, dos professores, dos estudantes, dos bibliotecários, de seus próprios colegas. Entre os administradores universitários e os próprios editores acadêmicos, que parecem se sentir forçados a concordar com expectativas que não são razoáveis, surgiu a idéia de que as editoras universitárias deveriam se transformar em 'centros lucrativos' e contribuir para o orçamento geral da universidade. De onde veio essa idéia? Ela é péssima. Desde Gutenberg, temos registro financeiros contínuos sobre as publicações no Ocidente, e está provado que os livros são um negócio ruim. ... E a idéia de tentar extrair dinheiro das editoras Universitárias - as mais pobres de todas as editoras - é o mesmo que esperar que os ratos da igreja contribuam para a conservação do local".
A relação dinâmica entre os homens e as suas roupas, dissecada sob um enfoque sociológico e artístico, é o tema deste livro. Todo um jogo de valores, de identidades e de metáforas sociais, políticas e éticas é analisado com base no uso da roupa preta pelos homens ao longo dos séculos. Abordagens do uso do preto na Espanha, durante o reinado de Felipe II (1556-1598), na época de Shakespeare e na obra de Charles Dickens, as casas sombrias na Inglaterra, as vestimentas masculinas e femininas e o uso do preto no mundo contemporâneo. Utilizada inicialmente no Ocidente como símbolo de luto, a roupa preta vem ganhando, ao longo do tempo, uma proximidade cada vez maior com o poder.