Cada “símbolo natural” carrega um significado social, e cada cultura estabelece suas leituras desta significação. No plano individual, cada pessoa trata seu corpo como uma imagem da sociedade. Seria possível buscar um substrato comum às diferentes sociedades? Ali onde se encontram regularidades no sistema, pode-se esperar encontrar os mesmos sistemas naturais de símbolos, sistemas que são recorrentes e identificáveis nas diferentes culturas?
A britânica Mary Douglas (1921-2007) foi uma das mais célebres antropólogas da contemporaneidade. Autora de diversos livros, a exemplo de Pureza e perigo e deste Símbolos naturais, inscreveu seu nome entre os expoentes da antropologia social. A influência de seus estudos, no entanto, não esteve circunscrita à antropologia, tendo gerado debates em diversos campos do conhecimento.
Neste clássico livro que completa trinta anos em 2010, Michael T. Taussig investiga o significado social do diabo no imaginário de camponeses e mineradores na Colômbia e na Bolívia. Munido da teoria marxista, o autor empreende um estudo etnográfico para captar o impacto da introdução da racionalidade produtivista em comunidades até então regidas por lógicas tradicionais. Taussig depreende que o fetichismo do mal, na imagem do diabo, faz a mediação do conflito entre os modos pré-capitalista e capitalista de materializar a condição humana.
O que são os símbolos, para termos de nos preocupar com eles? Com certeza, não são algo que “os nativos” contaram para os antropólogos, ainda que, muitas vezes, eles sejam francos com relação ao que chamamos de “seu conteúdo”. Este é um livro sobre o sentido como poder organizador e constitutivo na vida cultural. Seu argumento é de que o fenômeno humano é uma ideia única e coerente, organizada mental, física e culturalmente em torno da forma de percepção que chamamos de “sentido”. Essa ideia possibilita uma perspectiva em desdobramento, simples e unificada, em vez do mosaico explanatório gerado pela colisão acidental entre um fenômeno genérico conhecido e disciplinas acadêmicas particulares.
Terry Eagleton apresenta neste livro um sobrevoo da história do conceito de cultura e sua evolução ao longo dos últimos séculos. Unindo o erudito e o popular e indo de Marx a Nietzsche e Freud, passando por Oscar Wilde, T. S. Eliot e Wittgenstein, o panorama traçado nos abre os olhos para as facetas muitas vezes ignoradas de uma noção que perpassa quase todos os aspectos de nossas vidas. “Se Terry Eagleton não existisse, seria necessário inventá-lo.” — Simon Critchley, autor de 'O livro dos filósofos mortos'
A década de 1980 assinalou a invasão das grandes cidades brasileiras pelos shopping centers, que modificaram consideravelmente seus horizontes físicos e humanos. Provocaram, entre outras, alterações na paisagem arquitetônica, no sistema viário, na estrutura do comércio, nos hábitos de consumo e de convívio entre as pessoas. Esta obra procura oferecer enfoques representativos de realidades urbanas distintas como São Paulo, o interior paulista, Porto Alegre e Belo Horizonte, na visão de geógrafos, arquitetos e antropólogos.
Com prefácio de Eduardo Viveiros de Castro, Longe do Brasil traz a público entrevista em que Lévi-Strauss reflete sobre a presença brasileira em sua obra.