"O leitor que estiver enveredando pela primeira vez em um documento desta natureza vai se surpreender pela amplitude da abordagem. Além da descrição detalhada de técnicas de arco, dos inúmeros exercícios de arcadas e exemplos de ornamentações, o texto, por vezes, nos surpreende e nos diverte também. Leopold, fala dos desafios que um mestre enfrenta, desabafa, lastima e tece críticas de maneira inesperadamente sincera para os nossos dias. Não se trata unicamente de um método de violino, mas também de um tratado sobre a maneira de ensinar e aprender música."
Johann Georg Leopold Mozart (Augsburgo, 14 de novembro de 1719 – Salzburgo, 28 de maio de 1787) foi um notável compositor, professor e violinista alemão. É conhecido por ser o pai e professor de Wolfgang Amadeus Mozart. Sua obra mais célebre, esta que agora chega ao público brasileiro, é um dos mais importantes livros didáticos de violino do século XVIII, oferecendo um ponto de observação privilegiado sobre a técnica e a prática musical da época.
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As proporções incomuns e a presença do scherzo como segundo movimento aproximam quase de imediato duas criações fundamentais de Beethoven: a Nona sinfonia e a sonata Hammerklavier. Mas esses aspectos situam-se apenas na superfície do impressionante diálogo estrutural que marca as obras, com frequência mascarado por diferenças temáticas e instrumentais. Em A Nona sinfonia e seu duplo, Daniel Bento trata dos processos intrínsecos que associam as duas composições, evidenciando que, mesmo no contexto muito peculiar do período tardio beethoveniano, suas afinidades são singulares. Como duplos, essas peças revelam-se e esclarecem-se mutuamente. Como eles, unem-se não só por semelhanças, mas também por divergências indissociáveis, apontando para um pensamento criativo integrador – para a identidade.
Vivemos imersos em um mundo de sons embora não tenhamos consciência disso durante a maior parte do tempo. O grande marco da transformação das cidades em um universo de sons desagradáveis é a Revolução Industrial, com a chegada das máquinas e o desenvolvimento da indústria automobilística. Compositor e estudioso de teorias sobre o som, o canadense, R.Murray Schafer propõe um sistema de estudo dos sons, apresenta um glossário de termos relativos à paisagem sonora e inclui uma pesquisa internacional de preferências sonoras.
Os prelúdios e sinfonias de Carlos Gomes contrastam com os rótulos associados a ele ao longo do tempo: ora um compositor romântico e um melodista "inspirado", ora um compositor conservador e datado que realizou "transplantações para o nosso mundo dinâmico de melodias mofinas e lânguidas, marcadas pelo metro de outras gentes", como o definiu, numa velada referência, o modernista Graça Aranha durante a conferência inaugural da Semana de 22. Essas críticas realizadas pelos modernistas desencorajam durante muito tempo uma avaliação mais profundo da obra de Gomes. Neste livro, Marcos Pupo Nogueira analisa a extensão e a diversidade dos diálogos do compositor paulista com as estéticas musicais dos anos 1970, 1980 e início dos 1990 do século XIX e demonstra como as ideias de Gomes para o gênero orquestral contribuíram para o processo de transformações pelas quais têm passado essas formas sinfônicas desde se surgimento no século XVII.
Samba e identidade nacional investiga as raízes desse gênero musical tornado símbolo de um povo em meio ao projeto varguista de Estado nacional. Magno Bissoli Siqueira intercala referências a historiadores clássicos com análises detalhadas de partituras e gravações para mostrar como o samba, de marginalizado e proibido, transformou-se na música-símbolo do Brasil.
Desde 1966, a música recuperou seu status de disciplina educacionale voltou a estar presente nas escolas. No entanto, após três décadas de ausência, perdeu-se a tradição da educação musical. Por isso, além de oportuno, é necessário repensar os modos de implantação de seu ensino e de sua prática. Como ponto de partida, a autora considera o quanto a educação musical decorre de hábitos, valores, condutas e visões de mundo da sociedade de cada época. Entretanto, deixa claro que a música é uma parte necessária, e não periférica, da cultura humana, merecendo ocupar um lugar proeminente no sistema educacional. Em face disso, defende a necessidade de combater vigorosamente a indigência cultural a que a escola está submetida e de reconhecer a relevância das artes – particularmente, da música – no processo educativo.