Os onze ensaios aqui reunidos abordam diferentes facetas da discussão sobre o fazer de atores e atrizes. Produzidos entre 2017 e 2023, pretendem desenhar uma teoria da atuação que dialogue com outras instâncias da teoria teatral – história, estética, crítica, metodologia, processos criativos e pedagogia – ao mesmo tempo que se distanciem de uma pretensão universalizante. Examinando a arte atoral em contracenação com outras funções da criação cênica (direção, dramaturgia, recepção e ensino-aprendizado), os textos refletem a experiência de atuação no Brasil contemporâneo. Nutridos pela curiosidade sobre o que transborda as fronteiras das relações entre os saberes canônicos da tradição euro-ocidental, a problemática das matrizes de atuação modernas e as reinvenções nacionais na perspectiva das poéticas atorais, estes escritos abrem fissuras na discursividade crítica sobre a cena, diante de enunciações que emergem em atrito com o já estabelecido.
Lucia Regina Vieira Romano, atriz e pesquisadora, é bacharel em Teoria do Teatro pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), doutora em Artes Cênicas pela ECA/USP e pesquisadora PQ-CNPq. Atua como docente do Instituto de Artes (IA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) nos cursos de graduação e pós-graduação. Tem interesse pelas questões sobre atuação, performance, corporeidade, políticas de identidade, teatro feminista e processos criativos. Co-coordena o GT Mulheres da Cena, da Abrace, e o Grupo de Pesquisa Poéticas da Atuação, do CNPq. Alem de editora do periódico Rebento, é autora dos livros Teatro do corpo manifesto (Editora Perspectiva) e De quem é esse corpo? (Editora Unesp). Fundadora dos grupos teatrais Barca de Dionisos e Teatro da Vertigem, atua na Cia. Livre (São Paulo).
Os ensaios de William Hazlitt fascinaram autores das mais diversas épocas e nacionalidades. Suas coletâneas chegaram a ser livros de cabeceira para Robert Louis Stevenson, Virginia Woolf, Aleksandr Púchkin e Domingo Sarmiento. No Brasil, Vinicius de Moraes, Lúcia Miguel Pereira e Eugênio Gomes foram alguns dos célebres admiradores de sua obra. Com uma combinação peculiar de temas imemoriais com a crônica do dia a dia, a afabilidade e a língua ferina, a prosa poética e a linguagem das ruas, os ensaios de Hazlitt, sempre temperados com sua defesa radical da classe operária, são um dos marcos da literatura moderna.
Este livro apresenta algumas das iniciativas para a retomada da máscara no teatro moderno. No amplo quadro da primeira metade do século XX, o autor selecionou quatro principais artistas que abordaram esse objeto: Gordon Craig, Meyerhold, Jacques Copeau e Jacques Lecoq. Nesses autores, a máscara não é apenas um elemento colocado em cena, mas também um princípio organizador da teatralidade que almejam. A partir das reflexões desses autores, Vinícius Torres Machado analisa algumas características da máscara que podem ser reelaboradas no teatro contemporâneo.
Esta coletânea de artigos aborda as principais características do teatro ocidental, desde a tragédia grega até a dramaticidade e o espetáculo na obra Macário, de Álvares de Azevedo, passando por momentos do teatro latino, a tragédia shakespeariana, o teatro clássico francês e alemão, o melodrama e sua relação com a soberania popular, o simbolismo francês, a dramaturgia de Raul Brandão, o teatro norte-americano no século XX, um panorama sobre o teatro brasileiro e uma leitura de O Marinheiro, de Fernando Pessoa.
O livro tenta preencher uma evidente lacuna na literatura especializada em técnica musical no Brasil, onde é pequeno o número de publicações sobre o contrabaixo acústico, apesar de ser este um instrumento bastante utilizado tanto na música popular quanto na erudita. O trabalho também procura suprir a crescente busca por conhecimento mais aprofundado por parte de estudantes e contrabaixistas profissionais, que para satisfazê-la são hoje obrigados a recorrer à literatura estrangeira.O autor reuniu informações variadas sobre as questões idiomáticas do contrabaixo, listando os principais trabalhos sobre o tema publicados no Brasil, além de alguns selecionados da literatura estrangeira. Também apresenta uma visão pedagógica das chamadas técnicas estendidas (Te), compreendidas como os elementos inovadores ou os elementos tradicionais utilizados em contextos diferenciados. Além de discutir essas técnicas, ele as aplica de maneira didática em obras de cinco compositores (quatro brasileiros e um português radicado no Brasil). Essas composições serviram como base para um estudo de uso das Te no processo de preparação para a performance. Ainda é relatada a experiência de inserir as Te nos planos de ensino dos estudantes de contrabaixo do Instituto Baccarelli, de São Paulo.
Essa edição comemorativa dos 20 anos do Barroco Memória Viva reúne artigos de palestras promovidas sobre as preciosidades do barroco, principalmente no Estado de São Paulo, em cidades como Mogi das Cruzes, Itu, Embu e São Roque. Não deixa de lado, porém, a produção dos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Enfoca arquitetura, ornamentação de igrejas, literatura e música, considerando a Igreja como o pólo irradiador de cultura na época do Brasil colonial. Destaca a importância de Frei Galvão como arquiteto e da pintura colonial paulista no universo do barroco brasileiro.