Esta obra procura compreender, analisar e interpretar o pensamento do compositor italiano Boris Porena, em particular a problemática da aprendizagem de música na escola de Educação Básica. Depois de apresentar um breve perfil do compositor (com foco em aspectos biográfi cos e na obra ensaística), Samuel Campos de Pontes parte para a análise do que Boris Porena chama de Hipótese Metacultural e dos aspectos importantes para o desenvolvimento desse conceito, com foco nos processos de aprendizagem e nas particularidades da música dentro desse universo. O autor trata, em seguida, de aspectos que se referem a possíveis conexões entre o pensamento de Porena e a educação musical brasileira dos dias atuais. Ao fim, esse diálogo não estaria completo sem a leitura da série de cartas Vita die Martis, transcrita na íntegra no último apêndice desta publicação. Este livro é, portanto, um convite para que leitores interessados pela intersecção entre música e educação entrem no diálogo com esse importante compositor e pensador da cultura e da educação.
Samuel Campos de Pontes é doutor em música pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), instituição em que atuou, até o final de 2023, como docente do curso de Licenciatura em Música. Durante o doutorado, recebeu a bolsa do Programa de Doutorado Sanduíche da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para Università degli Studi di Padova (Itália). É licenciado em Artes/Música pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e formado em violino pelo Conservatório de Tatuí “Dr. Carlos de Campos”. Atua como professor na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e na rede de ensino municipal de São Carlos (SP), onde trabalha como professor de música nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Em Diálogos apócrifos, estão reunidos textos selecionados da produção da autora, Maria do Rosário Longo Mortatti, durante sua atuação profissional: entre 1976 e 1991, como professora de língua portuguesa e literatura na rede pública oficial de ensino paulista e em escolas particulares da cidade de Campinas/SP; e, a partir de 1991, como docente universitária vinculada à Unesp (Universidade Estadual Paulista). São textos de palestras, entrevistas, notas e artigos de opinião ou divulgação científica, escritos entre 1986 e 2014, que permaneceram inéditos ou foram publicados em veículos de circulação restrita ou atualmente fora de circulação. Todos estão relacionados com a temática “educação e ensino de língua e literatura”, na qual estão circunscritos os temas de estudos e pesquisas que a autora veio desenvolvendo ao longo das últimas quatro décadas.
Os textos estão organizados em ordem cronológica de sua produção e circulação, propiciando maior visibilidade da perspectiva interdisciplinar, no que se refere à relação tanto dos temas entre si quanto com as demandas que motivaram sua abordagem, em cada momento histórico. Essa ordenação cronológica propicia ainda que o leitor relacione informações e opiniões sobre os assuntos abordados com o momento histórico a que se referem, evitando, assim, anacronismos.
Inimigos da esperança é um ensaio de Lindsay Waters que objetiva "exortar os acadêmicos a tomar medidas para preservar e proteger a independência de suas atividades, tais como escrever livros e artigos, da forma como antigamente os concebiam, antes que o mercado se torne nossa prisão e o valor do livro seja depreciado". Para ele, "os editores acadêmicos enfrentam perigos oriundos de todos os lados: do público, dos contribuintes, dos professores, dos estudantes, dos bibliotecários, de seus próprios colegas. Entre os administradores universitários e os próprios editores acadêmicos, que parecem se sentir forçados a concordar com expectativas que não são razoáveis, surgiu a idéia de que as editoras universitárias deveriam se transformar em 'centros lucrativos' e contribuir para o orçamento geral da universidade. De onde veio essa idéia? Ela é péssima. Desde Gutenberg, temos registro financeiros contínuos sobre as publicações no Ocidente, e está provado que os livros são um negócio ruim. ... E a idéia de tentar extrair dinheiro das editoras Universitárias - as mais pobres de todas as editoras - é o mesmo que esperar que os ratos da igreja contribuam para a conservação do local".
Este livro é um estudo analítico e interpretativo da obra Patria, do compositor canadense Murray Schafer. Patria vem sendo elaborada há trinta anos; com ela Schafer desenvolve sua proposta de recuperação do antigo poder da arte, enfraquecida pelas características inerentes à civilização contemporânea. Com a aproximação da autora ao trabalho do músico canadense, sua intenção era estudá-lo a fundo e debruçar-se sobre os aspectos socioantropológicos da obra do artista.
Neste livro, Flo Menezes reúne seus principais textos e retoma a discussão estética sobre a música nova, além de publicar análises inéditas em forma de manuscritos de algumas das principais composições para a cena musical moderna. Os temas estão organizados em três partes: Ensaios, Repetições e Provas, nas quais o autor discorre sobre as vanguardas históricas, a música eletroacústica e sobre algumas de suas obras.
Esta obra faz uma crítica à execução da medida socioeducativa em meio aberto liberdade assistida, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo argumentação teórica, lastreada em pesquisa empírica nos processos de ato infracional, "a intervenção judicial não garante o acesso dos adolescente à plena cidadania, uma vez que não visa à superação da exclusão social e das condições precárias de cidadania - o que, de acordo com o documento legal, deveria ser a finalidade da medida". Trata-se de processo de normalização em que a intervenção estatal se resume à vigilância dos indivíduos e das famílias, até que o adolescente seja reinserido nos aparelhos disciplinares da escola, da empresa e da família normalizada. "Se isso não correr, o resultado da medida acaba por ser o registro da história de vida do delinquente juvenil, à disposição dos aparelhos de repressão criminal."