Um estudo da revista Ilustração Brasileira (1876-1878)
Este livro se inicia com a exposição da trajetória de Henrique Fleiuss no cenário da imprensa carioca. Proprietário e editor; ao longo de 18 anos publicou duas revistas ilustradas, totalmente diferentes tanto do ponto de vista editorial quanto visual. Sílvia Maria Azevedo se debruça sobre a Ilustração Brasileira e analisa a construção das diversas "imagens de exportação" do Brasil veiculadas pela publicação de 1876: a figura de D. Pedro II, em sua segunda viagem ao exterior, como encarnação da imagem de Brasil ilustrado; a representação do país como nação moderna e civilizada em sua presença na Exposição Universal de Filadélfia de 1876; a participação do imigrante europeu na consolidação da nova imagem de Brasil; a atuação de cientistas estrangeiros para a descoberta de novos contornos geográficos do Brasil; os novos olhares sobre o Brasil a partir da contribuição do fotógrafo Marc Ferrez; o confronto entre dois Brasis, o do Norte e o do Sul, na perspectiva da criação artístico-literária. Ao final, uma análise dos sucessos e fracassos das publicações periódicas brasileiras depois dos anos 1870 e a ciranda de revistas que se prolonga durante o século XIX.
Sílvia Maria Azevedo é mestre e doutora em Letras pela USP, respectivamente nas áreas de Literatura Portuguesa e Teoria Literária e Literatura Comparada. É professora livre-docente em Teoria Literária na Unesp.
Livro que procura discutir parte da obra de Guimarães Rosa como sendo a de um intérprete do Brasil, de forma peculiar (como afirma o autor) que, nos seus três primeiros livros, apreciou os costumes da vida pública junto aos da vida privada, os familiares e amorosos, próprios do romance. Demonstra como as três obras iniciais de Rosa, Sagarana, Corpo de baile e Grande sertão: veredas, se relacionam e se imbricam, podendo as duas primeiras ser consideradas como estudos preparatórios para Grande sertão. Nessa perspectiva, o autor investiga a genealogia e a formação do herói jagunço; a gestação dos paradigmas amorosos de Grande sertão, já incubados em Sagarana e desenvolvidos num dos romances de Corpo de baile; e a teatralização do drama civilizatório no Brasil.
Dedicada à produção ficcional relacionada ao mito e à magia, esta antologia apresenta um diversificado panorama sobre o assunto, a partir de ensaios que refletem sobre essas histórias, algumas da Antiguidade, outras, contemporâneas. Todas atualmente presentes como parte indissociável da cultura universal: o mito de Édipo, a fábula árabe, o Sebastianismo, o romance gótico, os primórdios da narrativa policial, entre outras representações.
A retomada da dramaturgia por Dias Gomes ocorre na confluência de vários aspectos de nossa produção teatral. Ele mesmo, como dramaturgo, vem de uma experiência com sucessos e fracassos iniciada junto a Procópio Ferreira e participa ativamente da luta política nos anos 1950 – como militante do PCB – e, quando retorna ao teatro com "O pagador de promessas", está determinado a ser não apenas mais um dramaturgo brasileiro, mas principalmente um dramaturgo nacional-popular.
O que define o cânone? Ou melhor, quem define o cânone e as mudanças que ocorrem nele ao longo dos tempos? O que faz um texto outrora julgado vulgar ou inadequado ser posteriormente promovido ao status de canônico? O presente livro discute como o prazer estético pode definir o que se acredita ser valioso, ou não, na consideração das obras literárias e o quanto esses parâmetros são alterados com o passar dos anos.
Estudo de características da prosa de ficção dos romantismos alemão e brasileiro, considerando as peculiaridades de cada movimento e as circunstâncias histórico-literárias em que surgiram. Abrangente e documentado com seriedade, o livro trata de questões relativas ao tema, como transcendência, subjetividade etc. de modo bastante claro e preciso, sendo de leitura agradável e de fácil compreensão mesmo para um público não especializado.