A mobilidade sobremoderna corresponde muito largamente à ideologia do sistema da globalização, uma ideologia da aparência, da evidência e do presente que está pronta para recuperar todos os que tentam analisá-la ou criticá- la. Neste livro, o autor procura apresentar alguns de seus aspectos, analisando certas noções-chave: fronteira, urbanização, migração, viagem e utopia.
Marc Augé é ex-presidente e diretor de estudos da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS – Paris). Antropólogo e escritor, traduzido em vários idiomas, é autor de livros de grande repercussão no âmbito das ciências sociais e humanas – alguns dos quais disponíveis em língua portuguesa, como Por uma antropologia dos mundos contemporâneos, A guerra dos sonhos, Não-lugares e O sentido dos outros.
Encontros etnográficos aborda alguns aspectos metodológicos, analíticos e existenciais do ofício de antropólogo. Tratando do aprendizado de uma prática, neste livro breve, sintético, escrito em linguagem clara e simples mas não superficial, Michel Agier discute a importância do “campo” e do “encontro etnográfico” para a formação do pesquisador e para a constituição da especificidade do saber aí obtido. No espaço e tempo desses encontros, o autor convida-nos a rever as implicações da interação humana, do contexto e das tramas cotidianas da pesquisa e da estadia no campo, comparando situações e relações vividas por outros pesquisadores e, mais especialmente, por ele, que nas últimas décadas pesquisou na África, América Latina e Europa estudando formas de segregação e inclusão sociais no espaço urbano, grupos étnicos e seus processos identitários ou ainda o deslocamento de populações e as suas vidas organizadas em espaços improvisados e precários como campos de refugiados e outras áreas de fronteiras. O livro é também uma boa introdução à obra do autor, antecipando certos temas e problemas de suas mais recentes publicações.
Giddens volta-se aqui às questões provocadas pela revolução sexual. O objetivo é definir os contornos da nova configuração da subjetividade que acompanha essa mudança radical na esfera da sexualidade, uma subjetividade pós-edípica e pós-patriarcal cuja plasticidade é fundamental para a construção de uma noção ampliada de democracia.
Fornecer informações sobre detalhes da evolução humana, demonstrando que ela é uma série complexa de ocorrências explicável por alguns princípios evolucionistas gerais, é o objetivo deste livro, que traz importantes dados sobre a existência de antepassados humanos, como o australopitecos, o Homo erectus e o homem de Neanderthal. Questões filosóficas derivadas das teorias de Charles Darwin e a ecologia que embasa a biologia e a evolução humanas são abordadas. Também há a discussão de intrigantes e desafiadoras perguntas sobre a singularidade humana relacionadas ao nosso comportamento, como a inteligência, a cultura, o comportamento social e a linguagem.
Livro que apresenta uma reunião de textos que adicionam novos temas a questões tradicionalmente abordadas, ao longo de mais de quatro décadas, por Roberto Cardoso de Oliveira. Aqui é tratada temática da identidade étnica, a sua relação com os fenômenos culturais e com o mundo moral: a recuperação da dimensão do Ego associada ao problema da liberdade frente às possibilidades de manipulação da identidade étnica; as vicissitudes da identidade étnica e/ou nacional nas mais variadas situações observáveis no interior das sociedades anfitriãs de grande escala; e, finalmente, a transposição de uma experiência de pesquisa até então centrada nas relações entre índios e não índios passa, agora, para um estudo voltado à gênese de ideologias étnicas numa nação milenar.
Depois da repercussão de Os sertões, Euclides da Cunha concentrou esforços no desafio de "escrever a Amazônia". Embora inconclusa, devido à morte precoce, essa jornada literária motivou Francisco Foot Hardman a redigir alguns dos vinte ensaios que dão forma e rumo a este A vingança vde Hileia. Mas o livro não se atém apenas ao exame da prosa amazônica de Euclides em suas relações com outros escritores que tentaram representar a região, de Inglês de Sousa a José Eustasio Rivera, de Dalcídio Jurandir a Milton Hatoum. Trabalhando com o conceito de "poética das ruínas", Foot Hardman amplia e diversifica o quadro de análise, seja na critica às visões esquemáticas do Brasil moderno, seja no diálogo com as ciências humanas contemporâneas e com a modernidade literária internacional.