Música, imaginação e marginalidade
Este livro traz um compositor-percussionista na condição de autor-escritor que realiza um ensaio teórico a partir de um fazer expressivo-artístico. O autor, especializado em instrumentos de percussão, traz reflexões a partir de seus experimentos com o instrumento denominado reco-reco, que não tem reconhecimento na música erudita. A partir de suas realizações criadoras envolvendo esse e outros instrumentos sem “nobreza”, o músico iniciou um processo reflexivo que inclui atividades como músico e compositor, suas experiências com a sonoridade daquele instrumento, seu uso, e sua posição no contexto da música. Outros aspectos foram se ampliando e se entrecruzando com diversidade de enfoques e por meio de metáforas. Os pensamentos, assim, atingem dimensões da política, filosofia, sociologia, antropologia a estética. São questionados valores estabelecidos, relações de poder na música e no cotidiano e experiências humanas. O pesquisador surpreende, portanto, pela capacidade de expandir sempre as possibilidades de pensamento sobre temas diversos, mesmo partindo, por exemplo, de uma experiência aparentemente restrita em torno de um instrumento de percussão tido como inexpressivo.
Possui graduação em Música, com bacharelado em Instrumento Percussão (1984) pela Unesp, onde é professor. Fez mestrado em Percussão (World Percussion) (1995) pela California Institute Of The Arts (Calarts) e doutorado em Filosofia – Humanidades (1998) pela University Of Natal, Câmpus de Durban (África do Sul).
A natureza da arte descreve as hipóteses, as teorias e os experimentos produzidos nos últimos sessenta anos por pesquisadores associados ao campo investigativo da cognição, todos tendo em comum uma mesma ambição: tratar a arte como um objeto “natural”, ou seja, não transcendental e objetivamente passível de ser escrutinado.
Publicado anonimamente em Veneza em 1720, Il Teatro alla Moda teve um sucesso editorial extraordinário: nunca esteve fora de impressão e recebeu várias edições em diversas línguas, entre as quais alemão e francês. Impresso como um panfleto de 64 páginas, sem nenhum luxo de editoração, era provavelmente vendido nas ruas de Veneza por alguns trocados. A primeira atribuição a Benedetto Marcello se dá em uma carta do libretista Apostolo Zeno.
Esta obra, disponível para download gratuito no site da Editora Unesp, inclui 164 retratos de 169 de artistas e profissionais que atuam hoje nos palcos de São Paulo. Resultado de uma pesquisa de quatro anos que teve como objeto mais de 300 espetáculos, o livro, do fotógrafo Bob Sousa, tem 240 páginas nas quais se alternam retratos de atores, diretores, produtores, curadores, cenógrafos, fotógrafos, iluminadores.
Dentre o conjunto de edições do Festival de Inverno de Campos de Jordão, tradicionalmente dedicado à música erudita e à formação de jovens concertistas, a edição de 1983 destacou-se como “dissonância” e particularizou-se por ter sido dedicada a professores de Educação Artística da rede pública de ensino do estado de São Paulo. Em quarenta anos de vida dos festivais, sua décima quarta versão – organizada por Cláudia Toni, Ana Mae Barbosa e Gláucia Amaral – foi singular pela concepção, pela programação e pela relação com o entorno político e educacional de sua época. Por meio do programa do festival, dos discursos de professores nele proferidos, de textos de jornais, cartas e relatos e de imagens, Rita Bredariolli dedica-se à análise dessa edição do festival e faz uma avaliação da importância do programa pedagógico e da concepção de ensino de arte enunciados no XIV Festival de Inverno de Campos de Jordão.
A etnografia do mundo consagrado da moda é o ponto de partida deste livro. Contudo, o olhar de Alexandre Bergamo, preocupado em estabelecer as articulações entre esse mundo e o que está para além de suas fronteiras, estende seu estudo para o universo das faculdades e das revistas de moda, passando por uma pesquisa detida das vitrines das lojas – de luxo e populares – em São Paulo. Além disso, alia a etnografia à análise de uma multiplicidade de outras fontes: propagandas de moda atuais e antigas, depoimentos, entrevistas, noticiário de moda, figurino de novelas, guias de etiqueta e estilo etc. Desse modo, o autor escapa do senso comum que representa a moda como se ela tivesse um epicentro – os estilistas e seus desfiles – e como se tudo o mais fosse tão somente sua "imitação". Desvenda, assim, um universo marcado por uma multiplicidade de agentes e de interesses sociais capazes de imprimir contornos específicos ao campo da moda.