O que as ciências cognitivas revelam sobre o prazer estético
A natureza da arte descreve as hipóteses, as teorias e os experimentos produzidos nos últimos sessenta anos por pesquisadores associados ao campo investigativo da cognição, todos tendo em comum uma mesma ambição: tratar a arte como um objeto “natural”, ou seja, não transcendental e objetivamente passível de ser escrutinado.
Edmond Couchot é professor emérito de diversas universidades francesas e durante vinte anos foi chefe do Departamento de Artes e Tecnologias da Imagem da Universidade Paris 8. Seu campo de pesquisa e ensino é o das interações entre arte e ciência.
A natureza da inteligência tem origem na reunião anual das Darwin College Lectures, evento científico internacional. Colaboram neste livro, entre outros: R. Gregory, N. Mackintosh, G. Butterworth, R. Schank, L. Birbaum, S. Arour, D. Dennett, D. Sperber, R. Penrose. As questões que centralizam as várias intervenções são: como definimos inteligência, em que ela consiste, como evoluiu e como podemos aumentá-la.
Este livro inicialmente procura buscar as origens do Primitivismo na arte moderna como forma de justificar a importância desse movimento para a arte naïve. Para isso, Maria Helena Sassi faz uma distinção entre os termos naïf e primitivo, e apresenta uma breve biografia de Henri Rosseau, levantando as características da obra desse importante artista. A seguir, a autora apresenta o surgimento da arte primitiva no Brasil, bem como um histórico da Bienal Naïfs de Piracicaba, desde o seu início até a edição de 2010, pelo importante papel que esse evento representa no cenário nacional.
O foco do texto, porém, está na vida e obra dos artistas selecionados, assim como na análise de três obras de cada um deles. Com base nos depoimentos do crítico de arte Oscar D’Ambrósio e do galerista Roberto Rugiero, a autora faz aproximações da arte naïve com o mercado e com a crítica, para em seguida retomar alguns conceitos do sistema binário de Wölfflin e a alternância do naturalismo na história da arte.
Nesse sentido, a autora demonstra como todos os elementos de sua análise oferecem embasamento para as aproximações finais com um novo olhar sobre a representatividade da arte naïve.
O grande público não se interessa pela arte contemporânea, mas será que a arte contemporânea se interessa pelo público? É a partir de questões como essa – estampada no Museu D’Orsay, em Paris, anos atrás – que o escritor e crítico Affonso Romano de Sant’Anna instaura uma reflexão original em torno do que chama de a insignificância nas artes plásticas contemporâneas, ou seja, o fato de que as obras privilegiam a construção da não significação, em completa oposição à tradição não apenas das artes plásticas, mas das artes de modo geral. Avançando em discussões travadas em livros anteriores como Desconstruir Duchamp e O enigma vazio, e apoiado em contribuições de disciplinas diversas, com destaque para a antropologia, a linguística e a semiologia, o autor, nos dois ensaios que compõem este livro, propõe modos de interferir na confecção da própria história da arte, pensando em novos métodos para essa história, e assim questionando, por exemplo, qual é o lugar da transgressão na arte. Affonso Romano de Sant’Anna procura traçar o que identifica como a base gramatical do discurso atual das artes plásticas, compreender sua estrutura interna, de forma a refletir sobre esse discurso e, indo além, pensar e problematizar os próprios enigmas de nosso tempo.
A cidade brasileira do período colonial aparece em tratados descritivos, relatos de viagem, pinturas, aquarelas e em poemas do Barroco e do Arcadismo. É no século XIX, entretanto, que passa a ser representada com frequência em textos literários e em pinturas de viajantes e artistas brasileiros. Com o advento da fotografia, a partir da descoberta de Daguèrre em 1839, multiplicam-se as representações de paisagens urbanas do Brasil nas imagens produzidas por fotógrafos como Revert Klumb, Augusto Stahl, Marc Ferrez e Militão Augusto de Azevedo. A literatura, a pintura e a fotografia são fontes documentais relevantes para a construção da história da cidade brasileira. É preciso, contudo, lembrar que a cidade na arte é sempre uma representação – expressão dos vários olhares que convergem para a mesma paisagem. Esta obra procura investigar e demonstrar o modo como a cidade brasileira está presente na literatura, na pintura e na fotografia durante o período colonial e nas décadas que precederam o advento da República, assim como destacar a importância da arte como registro histórico da cidade.
O Brasil é o país que recebeu o maior número de imigrantes japoneses do mundo. Atualmente residem no país cerca de 1,5 milhão de nipo-brasileiros que estabelecem inter-relações culturais que já duram mais de um século. Assim, a inclusão do olhar brasileiro na arte e na cultura japonesas ou do olhar japonês na arte e na cultura brasileiras proporciona um rico cruzamento de visões e procedimentos distintos, extremamente originais e desconhecidos até então em outros lugares. É essa perspectiva que se apresenta neste livro, cujos textos assinalam, em solo brasileiro, a trajetória da música okinawana, a formação de alguns grupos de haikai, as experiências brasileiras de teatro e dança no cruzamento com as estéticas japonesas, os significados do shodô (caligrafia japonesa), a relação entre arte e religião, as artes da terra de origem e os conhecimentos de arte budista e das estéticas provenientes da literatura japonesa.