Estudos portugueses de literatura e história
Coletânea de 24 estudos acerca de obras de língua portuguesa que se situam na área fronteiriça entre história e literatura. Assumindo este foco, as discussões empreendidas cobrem um período que vai da Idade Média até nossos dias, envolvendo, assim, um riquíssimo elenco de autores: de Camões a Vieira, Herculano e Antero de Quental, entre outros.
Autor deste livro.
Departamento de literatura, Faculdade de Ciências e Letras Unesp, câmpus Araraquara (SP).
Departamento de literatura da Faculdade de Ciências e Letras Unesp, câmpus de Araraquara (SP).
Este livro investiga a relação entre intelectuais lusos e a cultura nacional, com destaque para os nomes de Jorge de Sena, Sidónio Muralha, Adolso Casais Monteiro, Agostinho da Silva, Eudoro de Sousa, Ferreira de Castro, Manuel Rodrigues Lapa e Vitorino Nemésio.
A escrita de Florbela faz parte de um movimento de renovação que teve lugar no Portugal dos anos 20 e 30, e quem vem na (con)seqüência do alto Modernismo de 1913-1917 com o seu epicentro no Orpheu de Fernando Pessoa e Sá-Carneiro. Mas não tem parecido assim. Esta série de análises apaixonadas e sistemáticas de Renata Soares Junqueira traz essa contribuição preciosa para a reavaliação e releitura de uma das vozes mais intensas do moderno lirismo em português. Fernando Cabral Martins. Universidade Nova de Lisboa.
Quando, no fim do século 19, a forma dramática baseada no diálogo e nas ações decorrentes de relações intersubjetivas entra em crise pela incapacidade de expressar a situação do sujeito no contexto social, o foco da dramaturgia volta-se para o sujeito isolado e introvertido. Essa forma de representação viria a caracterizar não apenas o teatro, mas a arte moderna em geral. Esse sujeito, transformado em “coisa”, peça da engrenagem industrial, ao poucos vai perdendo a capacidade de diálogo e vê sua vontade de agir cerceada pelo sistema socioeconômico decorrente do avanço do capitalismo industrial. Com a rarefação do diálogo o drama sobreviveria transformando-se. Daí, o teatro moderno ser povoado de personagens introvertidas e autocentradas, mais afeitas ao monólogo. Neste livro aautora busca entender o teatro moderno a partir de personagens que carregam essas características – o protagonista do drama homônimo de Auguste Villiers de l’Isle-Adam (1838–1889), o misantropo radical Axel, que renuncia à vida para não ver frustrados os seus sonhos; e o ícone do homem atual, ou seja, o homem solitário e oprimido pelo mundo circundante, figurado em O grito (1893), quadro do pintor norueguês Edvard Munch (1863–1944). No decorrer da obra ela aborda criações que compõem a história do moderno teatro português entre o fim do século 19 e as primeiras décadas do 20. Entre os autores analisados, estão Eugénio de Castro, Manuel Teixeira-Gomes, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, António Patrício, Raul Brandão e Branquinho da Fonseca.
Fruto de uma premiada pesquisa de doutorado, este livro convida o leitor a explorar os discursos que sustentam a promessa de pacificação das favelas do Rio de Janeiro. Fundamentado na Análise do Discurso materialista, o estudo desvenda a promessa como mecanismo discursivo de um compromisso assumido juridicamente. Ao mobilizar saberes relacionados aos estudos performativos, a obra desconstrói as condições de felicidade associadas ao ato de fala “prometer”, expondo seu funcionamento político e problematizando sentidos reducionistas atribuídos às favelas. Observando o entrelaçar de efeitos de promessa e ameaça, a análise revela a tensa relação entre Estado e favela, marcada pela memória histórica de apartação e pelo racismo estrutural. Com uma análise contundente, este livro desafia o leitor a se aprofundar no funcionamento da linguagem e a refletir sobre as dinâmicas de exclusão que estruturam a relação entre cidade e favela, convidando-o a um olhar mais crítico sobre essas questões.
Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.