Um percurso de investigação sobre cultura escolar (1928-1958)
Reconstruir historicamente o perfil institucional da Escola "Joaquim Ribeiro", de Rio Claro, é o objetivo deste livro. Desse modo, Marilena Guedes analisa a cultura escolar no momento da modernização do Brasil. Esse dispositivo permite à autora recuperar os objetivos educacionais da época e a natureza das relações sociais existentes entre os diferentes sujeitos que lá atuaram.
Marilena A. Jorge Guedes de Camargo é natural de Campinas, embora se considere cidadã rioclarense, é professora e pesquisadora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Paulista (Unesp), câmpus de Rio Claro. Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (Unesp), mestre em Educação (Filosofia da Educação) pela Unimep e doutora em Educação pela USP.
A partir do século XIX, as mulheres passaram a frequentar a escola, foram para a universidade, para o trabalho e para as ruas. Aprender a ler e a escrever trouxe para essas mulheres uma nova rotina de leitura: depois dos livros de reza, vieram os diários, os romances, as revistas femininas, a correspondência, os jornais. Nessa perspectiva, Ana Maria Esteves analisa as práticas de leitura de mulheres, mais particularmente os processos de apropriação da leitura e da escrita de professoras, de mães e de meninas portadoras da síndrome de Down em um Centro de Referência. Trata-se de um estudo de caso, de caráter etnográfico, que clarifica as trajetórias próprias de leitura dessas mulheres que, entre táticas e estratégias, apropriaram-se de maneiras de ler nas relações da oralidade com a cultura escrita e constituíram uma comunidade leitora. Para essas mulheres, a leitura assume uma presença singular no cotidiano e um significado especial em suas vidas.
Estudo que analisa o papel desempenhado pela eletricidade na modernização do Brasil. Ao contrário do que ocorreu em países da Europa, foi o gerador elétrico, e não a máquina a vapor, que funcionou como agente de modernização. A modernidade só deixou de ser um ideal a partir do momento em que a energia elétrica foi posta à disposição do consumo. Daí a necessidade de compreender o desenvolvimento tecnológico que possibilitou a modernização pelo domínio da produção de energia elétrica.
A Era Vargas reúne ensaios que procuram retratar o contexto e o significado histórico do projeto varguista. Em comum, os textos compartilham a perspectiva de que, se é verdade que a ação pessoal não é o motor da história, em certas ocasiões, sobretudo em momentos de crise de modelo, a ação política assume papel crucial para encaminhar soluções emergenciais e rotas estratégicas para o desenvolvimento nacional.
Em costas negras traz uma grande contribuição para a historiografia brasileira. Resultado de uma pesquisa sobre o tráfico atlântico de escravos, este livro retoma a perspectiva econômica e social para entender os complexos processos históricos brasileiros e atlânticos. Utilizando-se de vasta fonte documental – como listagens dos navios negreiros, testamentos e registros eclesiásticos –, Manolo Florentino propõe uma instigante análise do tráfico de africanos para o Rio de Janeiro dos séculos XVIII e XIX, oferecendo novos elementos para compreender a migração compulsória que, por mais de três séculos, representou uma das bases da formação histórica brasileira.
Este trabalho estuda a evolução política da cidade de Santos. Mostra as condições e os mecanismos pelos quais essa cidade paulista se distingue das demais pelos seus anseios de autonomia e liberdade e por suas lutas em prol das transformações sociais. É destacado o papel das chamadas classes médias, aí mais comprometidas com os movimentos de esquerda, ao contrário da maioria dos centros urbanos do país.