A cartografia no movimento de renovação da geografia brasileira e a importância do uso de mapas
Os conhecimentos cartográficos têm uma estreita relação com a critica do pensamento geográfico. É preciso, portanto, encarar a cartografia além de seus aspectos visuais e artísticos, propondo alternativas para sua utilização e objetivando a compreensão da realidade que o indivíduo vive e que pode ser transformada.
José Gilberto de Souza possui graduação e Mestrado em Geografia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista - FCT - Unesp, câmpus Presidente Prudente, onde foi professor dos cursos de Graduação e de Pós-Graduação em Geografia; doutorado em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo (FFLCH-USP); livre-docência pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias FCAV-Unesp, câmpus Jaboticabal, onde foi Professor do Departamento de Economia Rural no período de 1995 a 2009 e do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. É Professor Adjunto do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) - Unesp, câmpus Rio Claro. É coautor de Geografia e conhecimentos cartográficos (Unesp, 2001) e Reforma agrária e crédito agrícola (Cultura Acadêmica, 2009).
É graduada em Licenciatura em Geografia e em Bacharelado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Realizou mestrado em Desenvolvimento Regional e Planejamento Ambiental também pela Unesp e doutorado em Geografia (Geografia Física) pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professora titular da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência e publicações na área de Educação, com ênfase em Ensino de Geografia, atuando principalmente com os seguintes temas: epistemologia e ensino de geografia; cartografia para escolares; educação e desenvolvimento regional; formação docente em Geografia; linguagens e ensino da geografia; expressões culturais e modo de vida; mídia impressa e geograficidades. Realizou, ao lado de José Gilberto de Souza, a obra Geografia e conhecimentos cartográficos (2001).
Este livro, de Nelson Rodrigo Pedon, fruto do trabalho de diversos pesquisadores, faz uma análise dos movimentos sociais sob a perspectiva geográfica, com base na formulação de movimentos socioespaciais e movimentos socioterritoriais. Quando ainda era estudante de geografia, o pesquisador decidiu investigar a forma como os moradores de um bairro da periferia se organizavam para, em busca de soluções para os problemas locais, chamar a atenção do poder público. Ele então deu início à sistematização de ideias que o induziram a propor uma hipótese: nas relações de poder que os homens estabelecem entre si, o espaço adquire condição de território; dessa forma, a ação política de grande parte da classe trabalhadora envolve a conquista do espaço – e, portanto, a delimitação de seu poder manifestado na forma de território amplia suas capacidades, permitindo maior controle sobre os processos que condicionam suas vidas. A partir dessa formulação e de pesquisas sobre reivindicações populares junto a uma associação de moradores, o autor estabeleceu a relação entre topografia, condições de vida e participação política, imprescindível para que ele pudesse refletir sobre a importância da Geografia na compreensão dos processos sociais, cuja questão fundamental, ele afirma, é essencialmente territorial. “Esta obra pode ser considerada como um esforço de afirmação da identidade da ciência geográfica no conjunto das ciências humanas”, escreve Pedon.
Livro que aborda, como tema central, a construção do conhecimento geográfico, centrada no método científico, e resgata a teoria do conhecimento na sua relação com a realidade objetiva. O autor explica a estruturação de três métodos: hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico-hermenêutico e encaminha a discussão de conceitos, teorias e temas geográficos. Com linguagem clara e fluidez do texto, é possível uma leitura esclarecedora das reflexões relativas ao conhecimento científico e sobre fazer ciência.
Finalmente a relação entre geografia e desenvolvimento recebe a devida atenção. Prevaleceu durante décadas a sensação de que, já que a geografia é imutável, não existe motivo para levá-la em conta nas políticas públicas. Geografia é destino? recusa essa premissa. A obra argumenta que, com base em um entendimento melhor da geografia, as politicas públicas podem ajudar a controlar ou canalizar sua influência na direção dos objetivos do desenvolvimento econômico e social. Utilizando tanto uma perspectiva internacional quanto uma abordagem de estudo de caso, o livro explora os fatores geográficos – produtividade da terra, condições de saúde, frequência e intensidade dos desastres naturais e acesso ao mercado – para ajudar a explicar as diferenças de desenvolvimento entre os países e em seu interior. Ele conclui propondo políticas que superem as limitações geográficas. Geografia é destino? é leitura obrigatória para todos que trabalham na administração federal e regional, em organizações internacionais, na universidade e no setor de pesquisa.
Este livro procura discutir as principais contribuições para a ciência do pensador russo Piotr Kropotkin, um dos principais intelectuais do anarquismo no fim do século XIX e início do século XX. Embora respeitado no século XIX, ainda são escassos os debates sobre a obra de Kropotkin, principalmente sobre sua teoria do apoio mútuo e a influência que ela teria na organização dos seres vivos (incluindo os seres humanos). Relacionando suas pesquisas empíricas na Sibéria com a questão darwinista da “sobrevivência do mais capaz”, Kropotkin percebe que, ao contrário do que afirmavam alguns evolucionistas, naquela região predominava uma “estranha” sociabilidade, na qual se destacava a solidariedade entre indivíduos de uma mesma espécie, que desse modo conseguiam levar vantagem sobre seus “inimigos” naturais. Compreender a teoria do apoio mútuo e suas implicações no debate científico do século XIX permite-nos também perceber de que forma Kropotkin contribuiu para a constituição teórica de uma Geografa mais humanista, solidária e crítica.
Este livro apresenta os resultados de pesquisa conduzida pelo Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI) que investigou as Tensões estruturais entre meio ambiente e crescimento econômico. Congregando especialistas de vários setores (economia, sociologia, filosofia, antropologia, física e ciência ambiental) e diferentes países, ela desenvolveu-se entre 2007 e 2008 e procurou aprofundar uma visão anti-hegemônica da natureza sistêmica de um dos maiores impasses civilizacionais deste século: a espécie humana corre um sério risco de desestabilização porque sua saúde e suas atividades dependem do bom funcionamento dos ecossistemas – que estão colapsando – e de recursos naturais abundantes, que passam a escassear devido aos nossos modos de produção e consumo.