Mercado interno e mão de obra no período de transição – 1830-1888
Em sua análise da mão de obra e do mercado interno no Oeste Paulista, especificamente nas regiões de Araraquara e São Carlos, entre 1830 e 1888, a autora aponta uma diversidade da transição, da organização e da disciplina do mercado de trabalho livre, com predominância da convivência de trabalhadores nacionais, forros ou libertos, e estrangeiros recrutados na Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo. As condições de vida, porém, eram similares. Escravos libertos pediam adiantamento para a compra de sapatos, enquanto os trabalhadores nacionais pobres, desnutridos e maltrapilhos, habitavam casas de pau a pique semelhantes a senzalas e também iam descalços para a lavoura. Os imigrantes, por sua vez, viviam igualmente uma realidade precária. Predominava o sentimento de futuro incerto, com muito trabalho, pouco usufruto e reduzidas perspectivas de melhoria.
Rosane Carvalho Messias graduou-se em Ciências Sociais e fez o mestrado em História Econômica na Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da Unesp, câmpus de Araraquara. Atualmente é doutoranda na mesma faculdade com pesquisa voltada para "Os bastidores do café".
Italianidade no interior paulista – Percursos e descaminhos de uma identidade étnica (1880-1950) chega ao público como importante referência no campo dos estudos migratórios. Resultado de longa pesquisa, investiga não apenas a chegada de imigrantes italianos às lavouras cafeeiras, mas também o processo de constituição do sentimento de “italianidade” que se completou em terras brasileiras.
O processo de modernização da cidade de Franca (SP), ocorrido entre 1890 e 1940, tratado neste livro possibilita ao leitor constatar a excelência da pesquisa desenvolvida e a riqueza de possibilidades interpretativas que a história local/regional oferece. A história das cidades pode contribuir para que se constate que o processo histórico das diversas regiões brasileiras compõe-se de casos semelhantes, com profundas particularidades. Cabe a conveniência de que essa perspectiva seja levada em conta quando se projetam políticas públicas de alcance nacional, tendo em vista que o autor aborda temas como a arrecadação pública, a paisagem urbana moderna e as conseqüências sociais das alterações urbanísticas, principalmente no que se referem à vida das camadas da população mais afastadas do centro do poder.
Em 1976, a Fundação Getulio Vargas, em convênio com o Ministério da Agricultura, lançou as bases de um amplo programa de pesquisas voltado para a História da Agricultura Brasileira, e incluiu, entre as atividades desse programa, um plano editorial cujo único compromisso seria com a ciência e a cultura. O livro não trata de abordar uma História da Agricultura Brasileira, tampouco desenvolver um projeto de pesquisa, a curto prazo, capaz de trazer uma resposta definitiva para os variados problemas que envolvem o conhecimento da evolução agrícola no Brasil em suas múltiplas e, por vezes, desconcertantes facetas; em virtude da complexidade, este primeiro volume inaugura a série tratando do problema do café, pela relevância do tema no contexto da evolução geral do Brasil.
Este livro mostra o papel decisivo do poder público para desenhar o desenvolvimento dos Estados Unidos. A ação dos estados e governos locais promoveu a construção de infraestrutura na primeira metade do século XIX – e o país foi mudando de cara.
O Brasil foi a única nação da América do Sul a enviar contingentes para as duas grandes guerras. O presente livro permite ao leitor ultrapassar as linhas gerais em que são descritas as participações brasileiras nos dois grandes conflitos mundiais e observar de posição privilegiada o que ocorria na trincheira, no navio, na caserna. A obra vem preencher lacuna ainda sentida na bibliografia relativa à temática, contemplando ângulos raramente explorados do envolvimento brasileiro nas duas guerras, como a geopolítica, a economia, a espionagem, o desenvolvimento de instituições militares e o próprio cotidiano dos soldados no calor da batalha.