A presente coletânea teve origem no seminário O legado de Foucault, ocorrido na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara, no ano de 2004. Além de prestar uma homenagem a Michel Foucault (1926-1984) nos vinte anos de sua morte, foi uma ocasião para a realização de um amplo e diversificado debate sobre a influência teórica de seu pensamento às ciências humanas contemporâneas, especialmente em questões tratadas pela Sociologia, História, Filosofia, Política e Antropologia. O resultado obtido nos dá uma dimensão não só das possibilidades dos desdobramentos contemporâneos do pensamento de Michel Foucault no diagnóstico do tempo presente, mas do fato de que sua obra permanece, para o deleite do/as cientistas sociais que a respeitam, fonte inesgotável de recursos analíticos.
Lucila Scavone graduou-se em Ciências Sociais na UFRGS e realizou seu doutorado na Université de Pais III, Sorbonne. É professora livre-docente da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara (SP), e pesquisadora do CNPq. É organizadora e coautora dos livros Tecnologias reprodutivas: gênero e ciência (Editora Unesp, 1996) e Género y salud reproductiva en América Latina (LUR, 1999).
Marcos César Alvarez é doutor em sociologia pela USP, atualmente pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência e professor de sociologia na USP. Trabalha com temas ligados às questões da violência, da punição e do controle social, bem como nas áreas de pensamento social no Brasil e de teoria social.
Richard Miskolci é doutor em sociologia pela USP, professor de sociologia na UFSCar, onde coordena o Grupo de Pesquisa Corpo, Identidade Social e Estética da Existência. Desenvolve pesquisas na área dos estudos culturais e também lida com questões de identidade social, masculinidades e novas sociabilidades.
Dar a vida e cuidar da vida mostra a ligação do feminismo com as Ciências Sociais ao enfocar, entre outros tópicos, a emergência das questões feministas e o conceito de saúde reprodutiva na Sociologia. Além desses temas, são verificadas abordagens voltadas para diferenças ou deigualdades em assuntos como maternidade, contracepção, aborto, tecnologias reprodutivas e cuidados com a saúde.
Se a idade de ouro nunca existiu – a não ser na imaginação – nem se avizinha, por que a felicidade é, mais que nunca, uma exigência massacrante? E o que buscar neste início de século, quando as referências se desmembram e a existência perde o sentido? Eis uma obra que revisita – desde a Antiguidade até os tempos correntes – a história da procura por essa felicidade. Nunca conquistada, mas exaustivamente procurada.
Quais são os conflitos entre as três religiões monoteístas? Neste livro, são abordadas as questões sociopolíticas e psicodinâmicas que contribuíram para o surgimento da crença em um único deus e as formas dialógicas e conflituosas que podem ser assimiladas nos três monoteísmos – cristianismo, judaísmo e islamismo.
O corpo é um fio condutor que perpassa praticamente de ponta a ponta a obra de Michel Foucault. Neste livro, Arianna Sforzini busca analisar a relação entre a filosofia do seminal autor francês e a ideia de corpo, concentrando-se na evolução do pensamento foucaultiano em relação ao corpo ao longo de toda a sua trajetória, desde seus primeiros trabalhos até as obras finais, com destaque para "História da loucura", "Vigiar e punir" e "As palavras e as coisas".
Este livro de Jean-Jacques Becker revisita o pós-guerra para mostrar as limitações que a diplomacia da época enfrentava. Com rigor historiográfico, o autor rebate o argumento de que o Tratado de Versalhes foi o estopim da Segunda Guerra Mundial ou a antessala do nazismo. Em vez disso, mostra que o acordo – uma árdua tarefa de conciliação entre os povos – lançou as bases de um organismo internacional cujo objetivo seria estabilizar as relações entre os Estados. E defende que se o revanchismo alemão era uma previsível consequência da derrota na guerra, a deflagração de um novo conflito mundial não era inevitável.