Publicado originalmente em 1921, o Tractatus Logico-Philosophicus sempre foi considerado um livro difícil, hermético e escrito para especialistas em lógica ou filosofia da linguagem. Ao identificar, de maneira original e precisa, as raízes schopenhauerianas da metafísica ensejada por Wittgenstein, A experiência indizível reinscreve o Tractatus no quadro mais amplo da história da filosofia contemporânea, permitindo um novo caminho de interpretação e preenchendo mais uma importante lacuna nos estudos dessa obra seminal.
Sílvia Faustino é graduada em ciências biológicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP). Atualmente é professora adjunta na Universidade Federal do Amapá.
Iris Murdoch está entre os grandes filósofos e escritores do século XX e A soberania do Bem é sua obra filosófica mais importante e de impacto mais duradouro. Certa vez, Murdoch observou: “a Filosofia muitas vezes é uma maneira de encontrar ocasiões para dizer o óbvio”. O que era óbvio para Murdoch – e se tornou também àqueles que leem seu trabalho – é que o Bem transcende todas as coisas – até mesmo Deus. Ela argumenta que a Filosofia erroneamente tem se concentrado em cogitar sobre o que é certo fazer, em detrimento do quão bom é necessário ser. Segundo ela, essa distorção só pode ser corrigida a partir da restauração da noção de “visão” ao pensamento moral.
Neste conjunto de ensaios o filósofo francês Gérard Lebrun procura discutir e entender o discurso hegeliano, pondo a questão da regulação que o leitor deve adotar em relação ao Sistema hegeliano, afastando todos os juízos tradicionais sobre o andamento global do Sistema (monismo, otimismo, panlogismo, pantagrisno etc.).
Noam Chomsky é um dos pensadores mais influentes do nosso tempo. Nesta série de entrevistas, expõe suas ideias iconoclastas a respeito da linguagem, da natureza humana e da política. Em diálogo com James McGilvray, Chomsky percorre uma grande variedade de tópicos e a partir dessa transcrição é possível retraçar, em voo panorâmico, parte significativa do percurso intelectual desse pensador. A primeira parte do livro é dedicada à visão chomskyana sobre a linguagem e a mente. Na segunda parte, ele realiza um mergulho de alta profundidade na amplitude da natureza humana e seus componentes biológicos, linguísticos, políticos, filosóficos. O livro, de profundo interesse para todos os envolvidos no estudo da linguagem e da mente, revela a dimensão das teorias linguísticas de Noam Chomsky sobre a linguagem, que se situam no campo das investigações sobre os elementos constitutivos da própria natureza humana.
Nesta obra, Latour estrutura sua mais ambiciosa incursão filosófica desde Ciência em ação. Tendo como ponto de partida estudos de caso – seja de cientistas analisando o solo da Amazônia, seja de Pasteur estudando a fermentação do ácido láctico no laboratório –, ele disseca cuidadosamente os componentes aparentes e ocultos das atividades e dos pensamentos dos cientistas. Através desses e de vários outros exemplos o autor percorre a miríade de passos pelos quais os eventos do mundo material são transformados em conhecimento científico e desvela a maneira como os mundos material e humano se associam e são reciprocamente transformados durante o processo.
O especialista em Filosofia Antiga, Jean-François Mattéi, discute neste livro o conceito de barbárie, desde a Antigüidade Clássica até a Modernidade. Ao lançar-se sobre vários pensadores como Hannah Arendt, Theodor Adorno, Nietzsche e Dino Buzzati, o autor procura mostrar como a barbárie se manifesta no mundo contemporâneo, na decadência da educação, na ditadura da cultura de massa e na ascensão dos regimes autoritários.