Para que, quando e como estudar uma língua morta como o Latim? Esse é o ponto de partida deste fascinante trabalho de Alceu Dias Lima. Tratando de um problema didático aparentemente menor, desenvolve uma reflexão interdisciplinar sobre a língua e a cultura em geral, que carrega um inesperado sentido político. A idéia do Latim como simples disciplina instrumental e os estereótipos tradicionais que o cercam são analisados de maneira impiedosa, para dar lugar ao Latim como língua viva do passado.
Alceu Dias Lima nasceu em Basila, estado de Goiás. É bacharel, mestre e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo. Foi bolsista do governo francês, depois da Capes, e leitor de português junto à Universidade de Lyon, França. Lecionou no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp de São José do Rio Preto e atualmente está integrado ao Departamento de Linguística, da Faculdade de Ciências e Letras, da Unesp de Araraquara. Dentre os seus trabalhos mais recentes, destacam-se: A Gramática dos Gregos ao século 18, Unesp Araraquara, 1989; Ensino de Letras, Alfa, v. 34, 1990 e Poesia Latina: anotações linguísticas e fonoestilísticas, Significação, v.8/9, 1900.
Poucas são as obras dedicadas à poesia moderna que não façam referência à produção poética de Arthur Rimbaud. Em sua lírica, ocorrem simultaneamente a ruptura com certa tradição literária e a criação de uma linguagem e de uma técnica de escritura que vão repercutir profundamente na poesia posterior. O livro trata de um estudo sobre a obra As iluminações, precedido de reflexões sobre a produção literária do poeta e de caracterizações do poema em prosa.
Estudo de características da prosa de ficção dos romantismos alemão e brasileiro, considerando as peculiaridades de cada movimento e as circunstâncias histórico-literárias em que surgiram. Abrangente e documentado com seriedade, o livro trata de questões relativas ao tema, como transcendência, subjetividade etc. de modo bastante claro e preciso, sendo de leitura agradável e de fácil compreensão mesmo para um público não especializado.
História da leitura descreve o ato da leitura, seus praticantes e os ambientes sociais em que estão inseridos, além das diversas manifestações da leitura em pedras, ossos, cascas de árvore, muros, monumentos, tabuletas, rolos de papiro, códices, livros, telas e papel eletrônico. ... Apesar de a leitura e a escrita estarem plenamente relacionadas, a leitura é, na verdade, a antítese da escrita. Cada uma ativa regiões distintas do cérebro. A escrita é uma habilidade, a leitura, uma aptidão natural. A escrita originou-se de uma elaboração, a leitura desenvolveu-se com a compreensão mais profunda pela humanidade dos recursos latentes da palavra escrita. A história da escrita foi marcada por uma série de influências e refinamentos, ao passo que a história da leitura envolveu estágios sucessivos de amadurecimento social.
Os sistemas clássicos limitavam-se geralmente a registrar a dicotomia artificial das artes do espaço e das artes do tempo. A classificação tradicional das artes opõe as três artes plásticas (arquitetura, pintura e escultura) às três artes rítmicas (dança, música e poesia). Uma das grandes descobertas de Etienne Souriau, segundo Huisman, consistiu na crítica da oposição entre o plástico e o rítmico. Com efeito, ele mostrou como as artes plásticas comportam igualmente um tempo essencial, como as artes ditas do tempo, e que as artes rítmicas são tão espaciais como as ditas do espaço.
Onze anos depois da Semana de Arte Moderna de 22, Oswald começa a pôr em prática o projeto de uma série de romances intitulada Marco zero, no qual procuraria retratar o Brasil que estava surgindo a partir de 1930. Nem todos os volumes programados foram escritos e a crítica sempre considerou o resultado como de valor menor por seu excesso de engajamento político. Antonio Celso Ferreira procura desfazer essa interpretação pela leitura atenta de historiador sintonizado com a evolução da literatura brasileira.