Santana de Parnaíba, 1580-1822
Obra traz à tona o protagonismo das famílias na definição de fronteiras do Brasil colonial Com foco na comunidade de Santana de Parnaíba, este livro revela como as famílias das três classes sociais desenvolveram modos para viver na colônia. Por meio da reconstrução das estratégias de sobrevivência dessas famílias – estratégias entremeadas com padrões de casamento, criação dos filhos, transmissão de herança e com a busca de oportunidades no interior –, aprendemos como elas sobreviveram no interior da América portuguesa, mas também como reforçaram os alicerces das desigualdades que perdurariam por gerações.
Alida C. Metcalf é Professora “Harris Masterson, Jr.” de história na Rice University, Houston, EUA. Família e fronteira no Brasil colonial: Santana de Parnaíba, 1580-1822, é o seu primeiro livro, finalmente disponível em português. É também autora dos seguintes títulos: Mapping an Atlantic World, circa 1500; Os papéis dos intermediários na colonização do Brasil, e The Return of Hans Staden: A Go-between in the Atlantic World, em coautoria com Eve M. Duffy. Com Farès el-Dahdah, desenvolveu a imagineRio, plataforma de humanidades digitais que mapeia e ilustra a evolução social e urbana do Rio de Janeiro de 1500 até o presente. Realiza atualmente pesquisas sobre a história das águas e de seu abastecimento urbano na cidade do Rio de Janeiro.
Este é um livro exclusivamente dedicado às narrativas de viagem que mencionam o Brasil, catálogo acessivel e de fácil consulta, que oferece ao leitor dados acerca dos autores e de suas obras. O painel resultante exibe tanto a rica complexidade do país e de suas origens quanto a riqueza dos olhares que lhe dedicaram atenção.
De modo geral, a historiografia brasileira da sociedade colonial privilegia, sem sombra de dúvida, as mulheres de origem africana; pouco analisa as mamelucas e as mestiças de índios e negros; e esquece as brancas de condição nobre para se debruçar apenas sobre as plebeias pobres. Há que aprofundar a pesquisa e procurar equilibrar o estudo dos vários elementos constitutivos da população feminina da colônia. Até agora, os estudos de demografia histórica têm sido os mais equilibrados, apesar dos limites impostos pela documentação utilizada, pouco sensível aos matizes étnico-culturais ao englobar, sob a designação genêrica de pardas, grupos distintos de cafuzas, mamelucas, bastardas e mulatas, e também pouco atenta ao título de donas atribuído a algumas mulheres nas listas nominativas de habitantes, em documentos notariais ou nos assentos de matrimônio. Apesar dos dados demográficos em desequilíbrio, a diferença social e jurídica entre donas e plebeias era tão visível em Minas Gerais quanto nas demais capitanias, e ela nos ajuda a compreender certas práticas sociais como, por exemplo, a relevância da reclusão conventual feminina. Esta obra analisa esse viés inexplorado e preenche tal lacuna historiográfica.
Samba e identidade nacional investiga as raízes desse gênero musical tornado símbolo de um povo em meio ao projeto varguista de Estado nacional. Magno Bissoli Siqueira intercala referências a historiadores clássicos com análises detalhadas de partituras e gravações para mostrar como o samba, de marginalizado e proibido, transformou-se na música-símbolo do Brasil.
Data de muito tempo no Brasil o início do registro de cenas em película. No entanto, embora tenha havido iniciativas de grande envergadura na área cinematográfica, tais experiências naufragaram em maior ou menor grau entre 1930 e 1966 (ano da criação do Instituto Nacional de Cinema), período investigado mais detalhadamente pelo presente estudo. Em busca de compreender por que o cinema não se desenvolveu aqui na mesma proporção de outros países, a autora recolhe e analisa, a partir dos vestígios desses naufrágios, elementos reveladores e surpreendentes da trajetória da sétima arte em nosso país, na qual o Estado esteve intimamente imbricado. O objetivo do livro não é retraçar a relação entre Estado e cinema no Brasil até o momento presente, mas sim identificar e comparar tal relação em dois momentos políticos distintos, o regime autoritário e a democracia. São trabalhados em detalhe os aspectos políticos relacionados à economia e à legislação cinematográfica. O leitor interessado em cinema brasileiro encontrará nesta terceira edição ampliada do estudo de Anita Simis profunda reflexão e pesquisa sobre o desenvolvimento pregresso do cinema brasileiro, que são preciosos insumos para a análise do atual momento da nossa indústria cinematográfica.
Este livro aborda momentos cruciais da história da capitania de São Paulo, como os períodos em que esta se chamava capitania de São Vicente e pertencia a donatários; o das Minas de Ouro, quando perdeu grande parte de seu território e passou a estar subordinada ao governo do Rio de Janeiro; e a restauração de sua autonomia até o movimento constitucionalista. O resultado não é um simples resumo da historiografia sobre São Paulo. Há dados fornecidos por obras recentes e mesmo por teses universitárias ainda não publicadas, além de intensas pesquisas realizadas em arquivos de São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa. Por isso, temos aqui elementos para o que se poderia considerar uma "história ainda não contada de São Paulo".