Poesia e sincronia em Haroldo de Campos
A análise de A máquina do mundo repensada, considerado o poema síntese da obra de Haroldo de Campos, é o tema deste livro, cujo título revela a concepção da autora em relação à obra do poeta, tradutor e crítico paulistano. De acordo com a autora a antropofagia é traço presente nas convergências estabelecidas pelo poeta em toda a sua obra. E em relação ao poema analisado, afirma: “o eu-poético, simulacro do próprio Haroldo de Campos, dialoga com a tradição literária, a religião, os mitos de criação e a moderna física quântica em busca de respostas para a origem do universo”. O estudo mostra de que forma o poema é construído e como essa construção reflete o pensamento poético, o estilo, as obsessões e a mitologia do poeta, enfim, sua utopia. Como afirma no prefácio a professora Maria de Lourdes Ortiz Gandini Baldan, “de leitura obrigatória para os estudiosos da poética de Haroldo de Campos, o livro que agora se publica nasce como referência fundamental aos estudos de poesia brasileira”.
Autor deste livro.
A ameaça do fantástico reúne seis artigos nos quais o autor se concentra em questões teóricas sobre a definição do fantástico, na tentativa de conceituar e delimitar o gênero e buscando mapear historicamente seu surgimento e sua configuração.
O trabalho de Loide Nascimento de Souza transcende o anunciado no subtítulo deste livro: a fábula e o efeito fábula na obra de Monteiro Lobato. Suas conclusões, amparadas em competente manuseio da crítica da fábula, revelam que Lobato, apesar de não simpatizante do Modernismo de 22, escolhei o mais popular e tradicional dos gêneros – a fábula – como suporte para bem-sucedidos experimentos antropofágicos.
À margem da história, um dos luminares da obra euclidiana, representa um exercício intelectual de caráter não somente transamazônico, mas transnacional, em cujo percurso o autor mapeia a exuberância natural e o contrastante depauperamento humano que dominam a paisagem das profundezas do Brasil.
O que define o cânone? Ou melhor, quem define o cânone e as mudanças que ocorrem nele ao longo dos tempos? O que faz um texto outrora julgado vulgar ou inadequado ser posteriormente promovido ao status de canônico? O presente livro discute como o prazer estético pode definir o que se acredita ser valioso, ou não, na consideração das obras literárias e o quanto esses parâmetros são alterados com o passar dos anos.
Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.