Conceito, problemas e práticas segundo Deleuze e Guattari
Deleuze e Guattari desenvolveram um conceito inovador de inconsciente-multiplicidade, resultado da interlocução do pensamento desses autores com a psicanálise e com uma série de aliados, filósofos ou não. Esse conceito procura fornecer uma definição do inconsciente como substância múltipla com amplitude sócio-histórica, em contraposição às versões correntes em que o "ele" é associado à representação de um drama da memória ou ao simbolismo da linguagem. Neste livro, Hélio Rebello Cardoso Jr. reúne diversos textos voltados para aspectos práticos do inconsciente-multiplicidade, traçando um painel abrangente dessa importante linha de força do trabalho de Deleuze Guattari.
Hélio Rebello Cardoso Jr. é professor de Filosofia da Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Ontologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Deleuze, Foucault, inconsciente, história e semiótica. É coordenador do Grupo de Pesquisas CNPq "Deleuze/Guattari e Foucault: elos e ressonâncias".
Roberto Duarte Santana é graduado em psicologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp -Assis). Atualmente, é especializando em Psicopedagogia, pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID).
Os elos entre a filosofia e a história são o tema deste estudo. A base teórica é o pensamento do historiador Paul Veyne, que reflete sobre a sua prática de um ponto de vista que leva em conta questionamentos de cunho filosófico. A partir daí, são apontadas questões filosóficas que o historiador deve levar em conta em suas pesquisas. Ao longo do livro são definidos e encadeados elementos constitutivos da tarefa narrativa do historiador e da sua construção teórica. Temas que dizem respeito ao objeto da história e à causalidade histórica, assim como relações entre conceito, acontecimento e totalidade histórica, são enfocados, como também as diferentes concepções filosóficas da ligação entre o ato de narrar em si mesmo e o de construir filosoficamente essa narrativa.
Gilles Deleuze estabeleceu uma metáfora que mostra bem o desafio de comentar a obra de um pensador. Ela consiste em pensar esse processo como o arremesso de um dardo em que uma geração recebe o objeto de um lançador e, para valorizar esse esforço, é necessário enviá-lo cada vez mais longe, onde alguém dará seguimento ao processo.
Nesta ode ao processo criativo, David Bohm trata de sua importância para a ciência, a arte e a vida em geral. Ao longo do ensaio ele reflete sobre o que essencialmente incita nossa mente e procura compreender o contraste entre o pensamento mecânico e o pensamento criativo. Bohm, que é físico, também expõe sua preocupação contra sistemas, regimes e fatores que cerceiem a liberdade de imaginar. Ele foi responsável por apresentar uma interpretação alternativa para a teoria quântica, mas foi mal recebido e ignorado por seus colegas físicos. Além disso, o autor também sofreu perseguições nos Estados Unidos durante a Guerra Fria, vítima da histeria anticomunista. Pelas impossibilidades e barreiras criadas em seu país, se exilou e trabalhou no Brasil, na Inglaterra e em Israel. Por essas experiências, o autor acredita na criatividade como um processo não apenas cognitivo, mas passível de interferências sociais e familiares.
Mente e corpo são dois elementos separados ou que atuam em harmonia? Esta questão é apenas o princípio dos temas tratados por Christopher S. Hill neste livro. Assim, para compreender as ideias exploradas pelo autor, é preciso conhecer os pensamentos fundadores da Filosofia da Mente. Esta corrente estuda os fenômenos, funções e propriedades mentais, a consciência e sua relação com o corpo físico e, em particular, com o cérebro. E o diferencial desta obra de Hill está justamente no modo como ele busca responder perguntas centrais sobre as diversas manifestações da consciência: a consciência como agente, como incentivadora de ações, em sua forma introspectiva etc. Ele desvenda em seu texto essas complexas relações, procurando entender as reações físicas, do corpo, a elementos subjetivos da consciência (dor, amor, desejo, crença). É perceptível que o terreno pisado pelo autor é fértil para muitos desdobramentos e desafiador para aqueles que se dedicam nesta empreitada. Mas é precisamente por tratar com cuidado e dedicação um tema tão repleto de possibilidades que este livro de Christopher S. Hill merece o esforço de seus leitores. Em uma época em que a neurociência aponta avanços para a compreensão do homem e do cérebro, nada mais natural do que também descobrir as conexões feitas no centro do nosso intelecto.
Giddens volta-se aqui às questões provocadas pela revolução sexual. O objetivo é definir os contornos da nova configuração da subjetividade que acompanha essa mudança radical na esfera da sexualidade, uma subjetividade pós-edípica e pós-patriarcal cuja plasticidade é fundamental para a construção de uma noção ampliada de democracia.