Brasil, América Latina e Caribe
Os estudos presentes neste livro têm como foco as disputas territoriais entre o agronegócio e os camponeses. A atuação de instituições nacionais e multilaterais, a estrutura fundiária, a questão da violência e da grilagem da terra, as formas de organização da agricultura no capitalismo, a ação política de classes e frações de classe, bem como diferentes políticas públicas rurais são analisadas com base em pesquisas empíricas cujo objetivo central consiste em compreender alguns dos principais embates sociais, econômicos e políticos em curso na América Latina.
Dialogando com distintos paradigmas e perspectivas teóricas, esta coletânea busca contribuir para a compreensão mais acurada das mudanças que têm ocorrido no setor agrário e dos limites e desafios que nossas sociedades enfrentam.
Geógrafo, professor do Departamento de Geografia da Unesp e pesquisador do CNPq.
Autor deste livro.
Este livro foi escrito para as pessoas interessadas em conhecer o Brasil agrário de fato. A forte propaganda do agronegócio que se apresenta como modelo absoluto ignora ou descaracteriza o outro modelo agrícola, formado pelo trabalho familiar, de produção em pequena escala e responsável pela segurança alimentar de nosso país. Esses modelos não se coadunam. Em nossas investigações analisamos as disputas entre esses dois modelos de desenvolvimento da agricultura através do debate paradigmático para compreender suas conflitualidades. O leitor perceberá que contestamos a visão linear do paradigma do capitalismo agrário que simplifica a leitura da realidade do campo, tentando incluir todas as relações dentro do modelo denominado agronegócio. De fato, a agricultura é muito mais complexa que o agronegócio e só pode ser compreendida por meio dos antagonismos entre as classes sociais. A análise dos usos da terra é uma maneira de entender como frações
A participação de especialistas de várias linhas de pesquisa e de diferentes procedências permitiu a organização de um volume rico e diferenciado, que acaba por contemplar o interesse tanto do pessoal pioneiro, que vem trabalhando nesta área, quanto do leitor preocupado com formas mais racionais e menos predatórias de agricultura.
Esta importante obra de Henri Puig responde às agudas preocupações atuais em relação a um ecossistema frágil e ameaçado. A formação multidisciplinar do autor permite que não se restrinja ao mundo vegetal e lhe franqueia a abordagem da luxuriante complexidade da floresta tropical.
Em sua análise da mão de obra e do mercado interno no Oeste Paulista, especificamente nas regiões de Araraquara e São Carlos, entre 1830 e 1888, a autora aponta uma diversidade da transição, da organização e da disciplina do mercado de trabalho livre, com predominância da convivência de trabalhadores nacionais, forros ou libertos, e estrangeiros recrutados na Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo. As condições de vida, porém, eram similares. Escravos libertos pediam adiantamento para a compra de sapatos, enquanto os trabalhadores nacionais pobres, desnutridos e maltrapilhos, habitavam casas de pau a pique semelhantes a senzalas e também iam descalços para a lavoura. Os imigrantes, por sua vez, viviam igualmente uma realidade precária. Predominava o sentimento de futuro incerto, com muito trabalho, pouco usufruto e reduzidas perspectivas de melhoria.
Para um país com sérios problemas de abastecimento alimentar como o Brasil, com endêmica carência proteica em muitas regiões, a produção de proteína animal de boa qualidade a custos reduzidos surge como uma importante alternativa. Este livro traz importantes informações sobre o cultivo de peixes numa perspectiva que privilegia o desenvolvimento sustentado. Resultado de um trabalho iniciado em 1985, a obra busca maximizar o aproveitamento de um recurso natural em proveito do ser humano, objetivando conciliar a degradação ambiental e os seus reflexos sérios e comprometedores para a qualidade de vida.