Outros olhares sobre a inclusão escolar
Ao abordar os modos deficientes de existência sob a ótica da biopolítica, este livro procura encontrar na fragilidade desses corpos uma potencialidade a ser cultivada na escola. Objetiva com isso propor aos leitores uma reflexão sobre sua relação com esse outro e evocar dessa forma um posicionamento ético nos jogos atuais do biopoder. Para tanto, o autor analisa a passagem da deficiência como condição a ser evitada à paradigma da biopolítica neoliberal, engendrando processos de identidade e de subjetivação que estão no centro das atuais políticas de inclusão. Discute também os efeitos desses processos para a chamada inclusão escolar, sugerindo como estão presos a um olhar científico e a tecnologias de biopoder que subtraem o ethos do ser deficiente para subordiná-los a regulamentações predeterminadas e a uma governamentalidade identitária. Por fim, interessado na decifração da particularidade desses modos de existência, Pedro Angelo Pagni interpreta a radicalidade ontológica da deficiência, elucidando sua relação com os acidentes e seu potencial para agenciar outros olhares sobre a inclusão na escola.
Pedro Angelo Pagni é professor associado da Faculdade de Filosofa e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Marília, onde titulou-se doutor em Educação (1999) e livre-docente em Filosofa da Educação (2011), com pós-doutoramento na Universidad Complutense de Madrid (2008). É pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científco e Tecnológico (CNPq) nessas áreas e autor de livros como Experiência estética, formação humana e arte de viver (Loyola, 2014) e Ética, transversalidade e defciência (CRV, 2018)
Este livro se insere no campo da história da educação contemporânea compreendida como parte da história da cultura, e propõe uma ruptura com as clássicas matrizes disciplinares legadas pelo conhecimento moderno.
Por que, como e por quem são feitas modificações no formato das políticas que regem a cidade? Com a participação de quais atores – internos e externos ao Estado – e com que debate público e conhecimento dos cidadãos? De que forma essas mudanças seguem racionalidades técnicas e/ou interesses específicos e particularistas? Quais elementos, atores e processos influenciam a produção das políticas nas cidades em uma direção ou em outra? Este livro persegue respostas a pergunta como essas, analisando as políticas públicas responsáveis pela construção, pela manutenção e pelo funcionamento da maior metrópole brasileira e sul-americana – São Paulo – desde a redemocratização.
Este livro debruça-se sobre a feminização da profissão de professora, buscando compreender como as pioneiras da profissão (São Paulo – fins do século XIX até a década de 1930) desafiaram as estruturas de desigualdade social e conquistaram um espaço de trabalho que se constitui espaço essencialmente feminino, cruzando definitivamente seus destinos com a Educação.
O conjunto de entrevistas reunidas em A política e as letras apresenta ao leitor um Raymond Williams pouco conhecido do público brasileiro. Gestado com o intuito de discutir sistematicamente o pensamento do intelectual britânico, este livro propõe uma rara reflexão biográfica em que trajetória pessoal e reconstruções teóricas se conformam em um instigante debate sobre a própria atividade intelectual.
Há quase trinta anos, o sociólogo, antropólogo e filósofo francês Bruno Latour vem se dedicando a refletir sobre o casamento, não livre de adversidades, da ecologia com a política. Se não é exatamente recente o boom dos movimentos engajados em ativismo ambiental, é preciso trazer ao debate a questão: diante das transformações climáticas, das agressões sistemáticas das quais o planeta padece, eles têm conseguido efetivo respaldo político? A ecologia política é capaz, afinal, de dar conta desse delicado desafio?