Fundação Editora da Unesp lança 20 obras para download gratuito

Notícia
Notícias
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Em 2021, são dez títulos do PROPG-FEU e dez do PROPG-CAD

A Fundação Editora Unesp lançou 20 livros digitais de variadas áreas do conhecimento, que podem ser baixados gratuitamente pelo público no formato ePub.

As obras são fruto da parceria entre a Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Unesp (PROPG) e a Fundação Editora da Unesp (FEU) para disponibilizar à sociedade a ampla produção acadêmica de ponta da Universidade Estadual Paulista, por meio de dois programas: o PROPG-FEU e o PROPG-CAD. 

No caso do PROPG-FEU, são publicadas obras de docentes da Unesp nas três grandes áreas do conhecimento: humanas, biológicas e exatas. 

Já o PROPG-CAD é aberto a docentes, alunos e egressos dos Programas de Pós-Graduação da área de humanidades, que selecionam as obras a serem publicadas sob o selo Cultura Acadêmica, que também pertence à FEU. 

Em 2021, são dez títulos do PROPG-FEU e dez do PROPG-CAD, que já estão disponíveis. A PROPG fará o lançamento oficial em fevereiro de 2022.

Para ver mais detalhes sobre os livros, que estão em formato ePub, e baixá-los gratuitamente, basta clicar nos títulos. 

Caso não tenha um leitor de ePub, clique aqui e faça o download do programa.

PROPG-FEU 

Geografias da noite: exemplos de pesquisa no Brasil

Organizador: Nécio Turra Neto
Assunto: Geografia

A noite na cidade ainda é um objeto de estudo em construção para a geografia brasileira. Pesquisas sobre as práticas espaciais que são próprias da vida noturna, das tensões e dos conflitos que à noite se tornam explícitos ou que aparecem de forma latente, podem nos revelar, por um outro viés, os modos como se relacionam (e são constantemente reproduzidas) as desigualdades e as diferenças nas cidades brasileiras, as maneiras como identidades socioculturais são acionadas, performadas, instituídas e negociadas. O conjunto de textos que compõem este livro traz um pequeno panorama das possibilidades de incorporação do tema da noite na cidade ou da cidade à noite. Ao mesmo tempo, evidencia um campo em aberto, seja para considerarmos velhos temas em sua especificidade de acontecer durante a noite, seja para abordarmos aquilo que de fato só ganha condições de possibilidade neste tempo social.

Do erro em composição

Autor: Florivaldo Menezes Filho
Assunto: Música

Todo construído tendo por base a estrutura expositiva da Ética de Spinoza – talvez o primeiro grande tratado de psicanálise da história –, o presente livro discorre sobre o erro na composição musical. Para tanto, parte de um argumento inicial, pelo qual se afirma que a melhor forma de entender, pensar e ensinar a composição musical é a análise. E analisamos sempre o que mais amamos. Nesse processo, nosso orolho – aquele órgão imaginário e simbiótico entre o olho e a orelha, entre o ouvir e o olhar – detecta os acertos dessas obras que nos guiam e inspiram. Mas e quanto a seus erros? Pois não há obra perfeita, e a imperfeição é mesmo sinal de que a obra é algo vivo e que decorre de fendas que se dão em seu interior, na ausência de verdades absolutas. A fenda é, entretanto, apenas um tipo de erro. Discorrer sobre os erros, diagnosticando seus tipos e avaliando, dentre tais categorias, aqueles que procuramos evitar, aqueles que combatemos, aqueles com os quais forçosamente convivemos, e aqueles que almejamos, é ao que se propõe este livro.

Escritos sobre fenomenologia da percepção: espacialidade, corpo, intersubjetividade e cultura contemporânea

Autor: Danilo Saretta Veríssimo
Assunto: Psicologia

São diversos os caminhos de estudo que se apresentam quando se busca compreender como a fenomenologia descreve a percepção e como suas contribuições podem se ligar às preocupações concretas de quem vive no século XXI. Destacam-se discussões referentes aos vínculos entre a percepção e a ação, entre a percepção e a consciência, entre a percepção e o desejo, à dinâmica da percepção no tocante à passividade e à atividade, ao lugar do corpo nas indagações acerca do fenômeno perceptivo, à relação entre a experiência sensível e o mundo social, além do papel da estética nos estudos da percepção.Neste livro, fruto de pesquisas empreendidas ao longo de nove anos, envolvemo-nos nessas matérias, empenhados em examinar os fundamentos da fenomenologia da percepção e seus desdobramentos a partir de uma matriz conceitual que prioriza, justamente, a natureza corpórea e ativa da percepção.

Retórica e política em Rousseau

Autor: Ricardo Monteagudo
Assunto: Filosofia

“Se a história é a história das condições do poder, então a história é a história dos usos e abusos da retórica que sustenta o poder. A luta política talvez seja exclusivamente retórica e com isso a força seria apenas um complemento posterior, pois toda demonstração de força valeria apenas por seu efeito retórico de aumento, manutenção ou perda de poder”. Ao formular nesses termos o problema da ordem (e da desordem) social, Ricardo Monteagudo nos faz entender que o tema da linguagem é, de fato, um lugar privilegiado para discutirmos a simbiose entre retórica e política na obra de J.-J. Rousseau. Tendo como pano de fundo um quadro histórico da retórica, dos autores da Antiguidade até Perelman e Todorov, a tese deste livro pode ser assim enunciada: no âmbito dos escritos políticos do filósofo genebrino, em particular no Discurso sobre a origem da desigualdade e no Contrato social, as condições de possibilidade das relações civis são estabelecidas, tanto para o bem quanto para o mal, pelo uso retórico da linguagem. Longe de se limitar a uma mera exegese acadêmica de textos datados, este trabalho se apresenta a nós, leitores do século XXI, como prova cabal de que certas investigações de Rousseau acerca do discurso político permanecem atualíssimas. Monteagudo se inscreve dessa maneira numa linhagem bibliográfica que, no Brasil, remonta às análises memoráveis de Bento Prado Jr. e Luiz Roberto Salinas Fortes sobre o assunto. THOMAZ KAWAUCHE

Hortas: sob um olhar que você nunca viu

Autores: Antonio Ismael Inácio Cardoso e Felipe Oliveira Magro
Assunto: Agronomia

É indiscutível a importância econômica das hortaliças no Brasil, cuja cadeia produtiva movimenta bilhões de reais por ano. Porém, são poucas as publicações sobre o aspecto didático, lúdico e terapêutico que elas podem estimular. Nesta obra estão reunidos exemplos de como a horta pode, além de fornecer à população alimentos frescos e saudáveis, ser uma ferramenta de prática educativa, integração social e preservação ambiental. São apresentados aqui diferentes projetos que tem a horta como atividade central para envolver variados grupos: crianças, pessoas com necessidades especiais, reeducandos do sistema prisional, estudantes e a população em geral. Entre os resultados desses diferentes projetos, temos em comum a economia de recursos financeiros; o aumento do consumo de hortaliças, a satisfação pelo trabalho ao ar livre, a conscientização ambiental e o estímulo do senso de equipe. A partir dessas experiências, os autores analisam os projetos que tiveram a horta como ferramenta de integração social para promover benefícios a todos os envolvidos no seu cultivo, inclusive com a participação de docentes, alunos e ex-alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O ensino de ciências e as tecnologias digitais da informação e comunicação: pesquisas desenvolvidas na educação básica

Organizadores: Ana Maria Osorio Araya, Gustavo Bizarra Gibin e Moacir Pereira de Souza Filho
Assunto: Física

Este livro apresenta uma coletânea de trabalhos sobre as tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) e as novas metodologias de ensino desenvolvidas por meio de pesquisas sobre o ensino de Ciências e aplicadas na educação básica. O livro está dividido em duas partes: a primeira trata das potencialidades dessas novas tecnologias e das políticas e legislações que regem os cursos de formação de professores; a segunda, apresenta trabalhos desenvolvidos e aplicados no “chão da escola”, como animações com o stop motion; simulação com Phet sobre a escala de pH; o Phet utilizado no estudo gráfico de Cinemática; a Plataforma AppInventor para desenvolvimento de aplicativos para smartphones; o ensino híbrido com as ferramentas do Google for Education e relacionado à rotação de estações. A partir dessas abordagens, os autores desenvolvem e compartilham algumas experiências didáticas de sucesso de aplicação de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) no ensino de Física e de Química.

Pensamento e linguagem: Vigotsky, Wallon, Chomsky e Piaget

Autor: Adrian Oscar Dongo-Montoya
Assunto: Filosofia

Este trabalho analisa as teorias científicas que procuram explicar a aquisição e o desenvolvimento da linguagem e do pensamento sob a perspectiva genética. Essa análise é feita a partir dos debates entre seus expoentes mais ilustres, como Vygotsky, Wallon, Chomsky e Piaget, e dos pontos de convergência e divergência entre eles. Apesar das diferenças, há entre esses pensadores um propósito comum: fundamentar o estudo psicológico daquelas funções sobre bases científicas e genéticas e superar as concepções idealistas e materialistas mecanicistas. Desse modo, Dongo-Montoya retoma o tema da origem do pensamento da linguagem, com o debate entre Vygotsky e Piaget, cujas ideias estiveram presentes nas discussões do século XX. Na sequência, confronta as posições de Wallon e Piaget e de Piaget e Chomsky. Por fim, o autor dedica-se a evidenciar o pensamento mais atual e acabado de Piaget sobre o tema e a apresentar as consequências do desenvolvimento desses debates e dessas teorias sobre pensamento e linguagem para as questões educacionais e pedagógicas atuais.

Psicanálise em face ao desamparo e seus destinos

Autores: Érico Bruno Viana Campos, Josiane Cristina Bocchi e Ana Maria Loffredo
Assunto: Psicologia

O desamparo é uma experiência fundamental e estruturante da condição humana. Está ligado ao que Freud chamou de Urangst, ou angústia originária, isto é, origem de todas as angústias subsequentes. Após o nascimento, o desamparo decorre da situação de máxima depdência dos cuidados ambientais e está ligado à fragilidade do neonato, à sua mortalidade, a tudo que significa ameaça de perda, trauma ou ferimento da integridade narcísica. Ser inserido no mundo da linguagem com suas mensagens enigmáticas torna o desamparo ainda mais nítido: ele se mantém durante toda a vida e está associado ao que Freud chamou de rochedo da castração, ou seja, a tudo que é inelutável e irredutível na condição humana. Nunca seremos tudo que gostaríamos de ser. O encontro consigo e com o outro em sua alteridade vai sempre suscitar alguma forma de tradução, metabolização ou sublimação. A ilusão de completude narcísica vai sempre se chocar com a realidade da falta, com a realidade de ser lançado na experiência de ser, sem garantias e sem proteção; confrontado, desde o início e sem trégua ao luto originário, ao imperativo de renunciar às ambições de tudo possuir, tudo poder e tudo ser. Embora irredutível, através do amor fati, o desamparo pode se transformar em desafio: há nele, desde o princípio um apelo a dar e a encontrar sentidos e laços sociais. A experiência originária de desamparo é assim: nunca termina de ser feita, mas é justamente ao se rever que encontra seu verdadeiro sentido. ELISA MARIA DE ULHÔA CINTRA

De Cuba à Patagônia: desafios da educação militar no terceiro milênio

Autores: Suzeley Kalil, Eduardo Mei e Cláudio de Carvalho Silveira
Assunto: Relações Internacionais

Este livro propõe um conjunto de estudos sobre a educação militar na América do Sul, exceto a Guiana Francesa, departamento francês em ultramar. Na América Latina, não há uma entidade que padronize a estrutura política e o modelo de educação militar, como ocorre na União Europeia. Cada país adota formas e normas que acredita serem as mais adequadas para educar seus militares. Nesse contexto latino-americano, dada a constante participação dos militares na política, com a manutenção menor ou maior da autonomia político-institucional das Forças Armadas, nem sempre há conexão entre os sistemas civil e militar de ensino.Todavia, conforme os textos reunidos neste livro exemplificam, a região conheceu, no interior dos processos de transição dos regimes burocrático-autoritários para governos democráticos que marcaram os últimos trinta anos, tentativas, mais ou menos profundas, de maior controle civil sobre a educação militar.

Ensaios de teatro e filosofia: do Renascimento ao século XVIII

Autora: Ana Portich
Assunto: Filosofia

Esses Ensaios de teatro e filosofia têm como fio condutor a filosofia de Diderot e Rousseau, em paralelo com o teatro forjado pela Contrarreforma. A autora faz uma leitura a contrapelo da tendência desconstrucionista, que passa ao leitor contemporâneo a falsa impressão de que Diderot tenha defendido a metafísica da presença, contra a representação. Rousseau trabalha na confluência de teoria da linguagem, moral, política e teatro. No âmbito ibérico, vemos as consequências políticas do entrecruzamento da comédia e da tragédia praticado pelo dramaturgo luso-brasileiro António José da Silva, o Judeu. Retrocedendo ao século XVII, o cartesianismo encontra terreno fértil nas tragédias de Corneille e o teatro do Século de Ouro é atravessado pelo jusnaturalismo defendido por Grotius. Na commedia dell’arte, o desbragamento é compatível com o dogma da Queda como apanágio do humano e com o excesso de dispêndio, próprio da sociedade de corte. Shakespeare assume o hermetismo concebido em Florença no Quatrocentos para caracterizar a personagem Ofélia como regida pelo elemento água; a própria catástrofe de Hamlet está associada a seu temperamento melancólico.

PROPG-CAD 

Agroecologia no território do agronegócio

Autor: Vanderly Scarabeli
Assunto: Geografia

As disputas por territórios e por modelos de desenvolvimento compõem uma conflitualidade no campo brasileiro. Permeadas por interesses de classes sociais antagônicas, imprimem uma dinâmica de avanços e recuos, tensionadas pelas contradições num movimento permanente que territorializa e desterritorializa concepções e práticas de produção, de relação com o meio ambiente e com as relações humanas. O que chamamos de disputas por territórios e por modelos de desenvolvimento refere-se tanto à luta pela terra e pela reforma agrária no enfrentamento com o latifundiário e com o agronegócio quanto às políticas públicas, planos e projetos de desenvolvimento da agricultura camponesa, com destaque para a Agroecologia, Segurança Alimentar e Soberania Alimentar. Esta conflitualidade tem como conceito central o território, categoria de análise geográfica fundamental para compreender os espaços da luta de classes, onde se disputam os recursos naturais e valores humanos guiados por projetos societários antagônicos. Nosso objetivo nesse trabalho foi aprofundar o conhecimento sobre essas disputas e modelos de desenvolvimento e analisar os impactos socioterritoriais das ações de diversas instituições, na perspectiva de conservar ou alterar os territórios em disputa, nesse caso, o campo mato-grossense. Elegemos como estudo de caso as práticas agroecológicas do Assentamento 14 de Agosto, situado no Município de Campo Verde, Estado de Mato Grosso, por ser uma das primeiras conquistas no contexto de expansão nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, nesse estado. Nossa intenção foi a de compreender como é possível produzir alimentos para o mercado interno na perspectiva da segurança e da soberania alimentar, diante de um modelo que produz predominantemente monocultura para exportação, no estado que é o maior expoente do agronegócio nacional. Neste estudo, utilizamos o conceito de conflitualidade para aprofundar as análises das disputas territoriais a partir de dois modelos de desenvolvimento da agricultura: agronegócio e agroecologia.

As obras da política e a política externa as obras: a infraestrutura como projeção do capitalismo brasileiro na América do Sul dos governos Lula

Autora: Karen dos Santos Honório
Assunto: Relações Internacionais

O livro problematiza o papel do Brasil na América do Sul durante a década de 2000 a partir da análise da dimensão da infraestrutura. Tal período foi marcado por forte ativismo regional brasileiro no tema da integração e na criação de espaços de governança sul-americanos sobre os mais variados temas. O subcontinente, no entanto, não possuiu apenas importância de credenciamento/reconhecimento político do Brasil para atuar globalmente, mas de projeção de interesses econômicos de setores privados do capitalismo brasileiro.

Design gráfico inclusivo na contemporaneidade: materiais para a educação da criança com deficiência visual

Autores: Marcio J. S. Guimarães, Mônica C. Moura e Cássia L. C. Domiciano
Assunto: Design

Este livro nasceu de uma confluência de pesquisas ‒ experimentos táteis, design contemporâneo, design inclusivo, design gráfico inclusivo, acessibilidade, que se resultaram na tese de doutorado Design Inclusivo na Contemporaneidade: diretrizes ao desenvolvimento de materiais didáticos acessíveis a crianças cegas e com baixa visão, e se ampliaram nas conversas e diálogos entre seus três autores, através de seus respectivos estudos e experimentos em seus laboratórios e grupos de pesquisa. No Design Inclusivo, a interdisciplinaridade se estabelece como forma de atender à diversidade no processo de desenvolvimento de produtos e ações relacionadas a um projeto, assim, os resultados da pesquisa de doutoramento que geraram este livro estabelecem diálogos e inter-relações entre o design inclusivo, gráfico, editorial, de informação e de educação e, também, com os estudos de deficiência visual, fabricação digital e os sistemas abertos do open design (open source) no desenvolvimento de materiais para a educação da criança com deficiência visual que auxiliem na aquisição de conhecimentos, ampliação de repertórios, do imaginário, bem como colaborem com os pais e professores diante das necessidades de desenvolvimento de materiais e recursos facilitadores ou complementares para os processos de ensino-aprendizagem. Esperamos que este nosso trabalho seja realmente aproveitado, possa realmente contribuir no sentido de um design com a proposição de ser para todos, porém, considerando as especificidades e particularidades de cada um, sendo assim, inclusivo e acessível.

Do estranho ao comum nas idas e vindas entre Portugal e África no século XV

Autora: Paula Esposito Almeida
Assunto: História

Ao longo do século XV, entre curiosos e conquistadores ligados a Portugal, houve um número significativo de letrados que se ocupou em falar sobre as coisas da África. Os relatos dessas viagens, escritos com o intuito primordial de levar informações para os reis cristãos, tinham se tornado um modo de traduzir os novos mundos, ora enfatizando as estranhezas, ora lançando luz sobre traços que consideravam comuns, ou melhor, sobre aquilo que nos africanos não propriamente os distinguia dos povos dos reinos cristãos. Tendo isso em vista, este livro procura examinar, nesses escritos, não apenas o que causou assombro, mas os parâmetros daquilo que, quando as viagens se tornaram mais frequentes, repetidas e demoradas, passou a ser compreendido e julgado comum ou familiar. Em suma, serão interrogados e confrontados valores e hábitos reconhecidos como partilhados entre os dois continentes: Europa e África. Com ênfase sobre as menções que os viajantes fizeram às práticas mais comezinhas da vida – comer, habitar, vestir e demonstrar sentimentos –, a pesquisa examina as páginas dos relatos dedicadas a conhecer aquelas gentes que, notadas a princípio por suas diferenças, não se mostraram depois tão estranhas aos cristãos.

Entre a fé e os desejos: o adolescente pós-moderno

Autores: Francisco de Paiva Lima Neto, Andreza Marques de Castro Leão e Dulce Consuelo Andreatta Whitake
Assunto: Ciências Sociais

Essa obra procura identificar as disparidades existentes entre o discurso oficial contidos nas recomendações religiosas do protestantismo sobre sexualidade e as práticas de alunos dessas vertentes religiosas matriculados no ensino fundamental. A pesquisa consistiu em verificar o tipo de pensamento moral cultivado pelos adolescentes protestantes, em comparação aos de origem católica na escola pública de ensino fundamental de Araraquara em doze alunos do sexto ano e sétimo ano. Além das considerações históricas sobre o cristianismo em geral e o protestantismo em particular, o fundamento teórico foi baseado na obra de Foucault História da sexualidade. Considerou-se também os conceitos de ideologia bem como o de pós-modernidade para tentar explicar as nuances de mentalidades e subjetividades diagnosticada em cada um. Essas observações têm o intuito de oferecer orientação para o desenvolvimento de material paradidático a ser utilizado nas escolas públicas, bem como realizar palestras em ambientes religiosos, para demonstrar a ineficácia das doutrinas em relação à sexualidade dos adolescentes contemporâneos.

Luz, câmera, jurisdição: aproximações sobre a alienação do direito na era do espetáculo

Autor: Fábio Marques Mendes
Assunto: Direito

O presente livro objetiva responder ao questionamento sobre o que é o direito na era do espetáculo. Para tanto, delineia-se a realidade que, na sociedade do espetáculo, se apresenta como pano de fundo para a construção do pensamento jurídico e para a aplicação do direito, de modo a se possibilitar a compreensão das relações perniciosas que se dão entre o mundo altamente massificado e espetacular (com seus sentidos sendo construídos pelas mídias) e o modo ocidental de se conceber o fenômeno jurídico-político, que ocasionam a impossibilidade de superação (definitiva) do autoritarismo – algo que pode ser verificado, de modo explícito, na democracia brasileira, na qual se dá a ocorrência de um estado de exceção que, gradativamente, se torna a regra das práticas cotidianas do Estado, especialmente do Poder Judiciário. O trabalho se desenvolveu pela técnica de revisão bibliográfica e, partindo da noção de que o método é um caminho provisório de abordagem da temática da pesquisa, buscou seu horizonte metodológico na elaboração de um quadro referencial teórico com conceitos harmonicamente relacionados. O quadro teórico construído teve por preocupação a manutenção de coerência teórico-filosófica, com a articulação, principalmente, de autores e conceitos que conseguissem trazer ao debate a revolução ocorrida na filosofia, no século XX, que estabeleceu a nova forma como se passou a pensar a linguagem e as ciências humanas.

Militância e ativismo: cinco ensaios sobre ação coletiva e subjetividade

Autor: André Luis Leite de Figueiredo Sales
Assunto: Psicologia

O ciclo de protestos iniciado no Brasil em Junho de 2013 trouxe à cena pública o debate sobre movimentos sociais e ações coletivas. A perda da relevância dos sindicatos e partidos políticos na articulação e condução dos eventos chamou atenção de cidadãos e pesquisadores. Esta pesquisa endereça essa, e outras perguntas, partindo das disputas de sentido envolvendo os termos ‘militância’ e ‘ativismo’. Através de uma revisão narrativa de literatura sobre os sentidos da palavra militância nos artigos científicos publicados no Brasil entre 1980 e 2015, definiu-se o termo como metodologia para interferir/intervir nas normas sociais. Essa definição ressalta o que há de comum entre os fenômenos agrupados sob os dois termos e possibilita propor investigações sobre aquilo que há de diferente entre eles. Os conceitos de repertório, estratégia e instituição são sugeridos para escrutinar os sentidos presentes nas palavras. Esse último é usado para explicitar as relações entre mudanças macrossociais e a subjetividade de militantes e ativistas. A tese responde a seguinte questão: como as diretrizes que ancoram e organizam as estratégias militante e ativista modulam os processos de subjetivação de militantes e ativistas? A investigação foi realizada através dos seguintes procedimentos: a) estudo orientado das principais teorias sobre ação coletiva na literatura sociológica brasileira, europeia e norte-americana; b) proposição de modelo teórico para explorar as diferenças de sentido entre os termos; c) uso do modelo para investigar as diferenças nas metodologias e suas implicações subjetivas; d) apresentação, debate, validação e revisão dos resultados obtidos com grupos de especialistas em São Paulo, Nova Iorque e Toronto. A tese é composta por uma sessão de introdução, outra de conclusão, cinco ensaios teóricos. As conclusões indicam que diferentes estratégias criam distintos ambientes nos quais os sujeitos são socializados, sendo este um elemento crucial para explicar as diferenças nos modos de subjetivação. O ambiente militante tende a valorizar disciplina, centralização dos processos organizacionais e heteronomia, enquanto o ativista incentiva experimentação, horizontalidade e autonomia. Essas condições ambientais tendem a produzir em militantes uma moralidade severa, a qual, muitas vezes, produz comportamentos enrijecidos e até intolerantes, e em ativistas éticas relacionais, passíveis de mudança de acordo com os contextos locais e alinhada aos valores e modos de vida instáveis dos dias atuais. Os resultados obtidos até aqui contrariam a ideia de que a militância seria uma metodologia inferior ao ativismo. Associar a primeira com posições políticas exclusivamente à esquerda e última com posicionamentos à direita, também não é uma conclusão possível. Qualificar nosso entendimento sobre as metodologias usadas pelos movimentos sociais, e as consequências subjetivas delas decorrentes, é fundamental para compreender as formas de ação coletiva juvenis contemporâneas.

O esquadrão da morte no clipping e nas revistas semanais da Editora Abril (1968-1985)

Autora: Aline de Jesus Nascimento
Assunto: História

Esta obra propõe-se a analisar o Esquadrão da Morte (EM) a partir de uma fonte bastante específica: o clipping organizado pela Editora Abril entre 1968 e 1985. Trata-se de um conjunto de recortes de diversos jornais, acondicionados em pastas específicas, que deveriam servir de apoio para os jornalistas das revistas Realidade, que teve curta duração, e Veja, criada em 1968. O esforço, que envolveu a criação de um Departamento de Documentação (Dedoc) e considerável investimento de capitais, justificava-se frente à ausência de meios eletrônicos de busca. Analisar a atuação do Esquadrão da Morte pelo viés do material do clipping da Editora Abril convida a avaliar a maneira como diferentes órgãos de imprensa se posicionaram diante da questão, num contexto marcado pelo controle da informação. O conjunto permite, ainda, analisar o espaço dedicado ao tema e como ele variou no decorrer do tempo, bem como permite verificar de que maneira a revista se posicionou perante a milícia. O acervo reunido no clipping da Abril foi doado para o Centro de Documentação e Apoio a Pesquisa (Cedap), da Unesp/Assis, em dezembro de 2011. A coleção completa das edições de Veja está disponível online, sendo que o Cedap também possui um conjunto significativo de exemplares.

O que tem do outro lado da porta? Delegacia de Defesa da mulher e acesso à justiça

Autora: Luciana de Freitas
Assunto: Direito

O presente livro se concentra no estudo do Sistema de Justiça Criminal, através da análise dos mecanismos que se articulam por meio das práticas e discursos empregados pelas respectivas instituições e seus agentes. Situei o debate dentro da perspectiva de gênero, problematizando as representações e demandas das mulheres que chegam até o referido sistema de controle, dando enfoque aos cenários e atividades empreendidas pelas personagens atuantes na Delegacia de Defesa da Mulher. Sendo essa instituição um cenário rico na criação de interações subjetivas e relações de poder inerentes ao Sistema de Justiça Criminal, pretendi, a partir desse recorte, mapear o padrão normativo e institucional produzido pelas personagens que ali atuam, sejam elas policiais, escrivãs, delegadas, etc. Para tanto, foi empregada a metodologia empírica-indutiva de abordagem qualitativa, a partir de pesquisa de campo na Delegacia de Defesa da Mulher, buscando a observação de caráter etnográfico com anotações de campo, alinhada à cartografia deleuziana, utilizando, inclusive, imagens e ilustrações. Parti, enfim, do pressuposto de que a possibilidade desses deslocamentos discursivos reflete que o direito não é um aparelho fechado em si mesmo, mas aberto a reposicionamentos e reconstrução de identidades, criando subjetividades e posições do sujeito, delimitando espaços, formas de linguagem e respostas às pessoas que provocam o sistema jurídico.

Possíveis caminhos para a escolarização da criança com TEA: o uso do alfabeto móvel organizado

Autoras: Maria Aparecida Ferreira de Paiva e Andréa Rizzo dos Santos
Assunto: Educação

Este livro é fruto da pesquisa de mestrado que objetivou produzir um material pedagógico, propor seu uso em sala regular e avaliar os resultados obtidos abordando a escolarização da criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), na transição da educação infantil ao ensino fundamental. Pretendeu-se promover habilidades por meio de atividades reflexivas sobre o funcionamento do sistema alfabético de escrita, com uso do Alfabeto Móvel Organizado (AMO), produto da dissertação, embasado teoricamente nos princípios do Teacch e nas contribuições montessorianas. Busca-se com esta obra apontar possíveis caminhos para concretização da escolarização da criança com TEA no contexto regular, ao explorar peculiaridades do transtorno e maximizá-las em prol de uma aprendizagem efetiva, que se coaduna com as intervenções pedagógicas colocadas em prática de modo inclusivo, equitativo e de qualidade.

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
imprensa.editora@unesp.br