Unindo o erudito e o popular e indo de Marx a Nietzsche e Freud, obra refaz o percurso do conceito, contrapondo-o a ideias como natureza, barbárie e alienação
A palavra “cultura” nos é familiar, mas seu significado está longe de ser simples. Pois em Cultura, lançamento da Editora Unesp, Terry Eagleton oferece uma reflexão provocativa sobre a evolução desse conceito e suas múltiplas camadas. Mais do que uma definição, o autor britânico nos entrega um panorama histórico e filosófico do termo — revelando como ele se moldou a partir das disputas simbólicas, materiais e políticas que marcaram o pensamento ocidental.
“O conceito de cultura é multifacetado, o que torna difícil elaborar uma abordagem unificada e coerente a seu respeito. Por isso, este livro abre mão de uma unidade rigorosa de argumento para se aproximar de seu objeto por variadas perspectivas”, anota Eagleton. “Começo examinando diferentes sentidos do termo ‘cultura’, para depois explorar algumas distinções fundamentais entre a ideia de cultura e a noção de civilização. Examino então a doutrina pós-moderna do culturalismo, para a qual a cultura é fundamental à existência humana e, correndo o risco de parecer antiquado, submeto a uma crítica os conceitos de diversidade, pluralidade, hibridez e inclusão. Contesto, ainda, os dogmas do relativismo cultural.”
Com sua escrita envolvente, ao mesmo tempo erudita e acessível, Eagleton percorre os principais marcos dessa trajetória. De Herder a Marx, de Burke a Nietzsche, Freud, T. S. Eliot, Oscar Wilde e Wittgenstein, os nomes centrais da cultura europeia são convocados para ilustrar como o termo se opôs — ou se aliou — a ideias como natureza, alienação e até mesmo civilização. A cultura aparece, assim, não como um conceito neutro, mas como terreno de disputa.
O livro abrange áreas como literatura, arte, filosofia e antropologia, e mostra como a cultura, por vezes idealizada como esfera elevada, também esteve imersa em contradições: foi símbolo de resistência à industrialização e ao mesmo tempo instrumento do colonialismo e do nacionalismo. Eagleton resgata esse embate para reforçar o papel político da cultura na transformação da sociedade, sempre atento às suas bases materiais e ao legado de pensadores como Raymond Williams. “Leitores atentos irão perceber que o livro tem um diapasão irlandês, de Swift, Burke e Wilde à política irlandesa de cunho anticolonial”, pontua.
Sobre o autor – Terry Eagleton é um proeminente teórico e crítico literário, filósofo e intelectual público inglês. A Editora Unesp publicou alguns de seus trabalhos mais importantes:Ideologia: uma introdução (Editora Unesp/Boitempo, 1997), além de Marx e a liberdade (2002), A tarefa do crítico (2010), A ideia de cultura (2.ed., 2011), Doce violência: A ideia do trágico (2013), O sentido da vida: uma brevíssima introdução (2021), Sobre o mal (2022), Esperança sem otimismo (2023), Materialismo (2023), O acontecimento da literatura (2024), Revolucionários da crítica: cinco críticos que mudaram o modo como lemos (2024) e Tragédia (2025), todos pela Editora Unesp.
Título: Cultura
Autor: Terry Eagleton
Tradução: Pedro Paulo Pimenta
Número de páginas: 152
Formato: 13,7 x 21 cm
Preço: R$ 59
ISBN: 978-65-5711-281-6
Para não perder nenhuma novidade, siga a Editora Unesp no Facebook, Instagram, TikTok e inscreva-se em seu canal no YouTube.
Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp
imprensa.editora@unesp.br