A proximidade do Dia Internacional da Mulher é uma ótima oportunidade para revisitar a bibliografia existente no Brasil sobre o tema. Diversos títulos da Editora Unesp abordam especificamente a vida, sexualidade, saúde, lutas e direitos da mulher, entre outros assuntos.
Muitas vertentes discorrem sobre a razão de 8 de março ser considerado o Dia Internacional da Mulher. A mais conhecida conta que em 1911, 130 operárias de uma fábrica têxtil morreram carbonizadas após protestarem por melhores condições de trabalho. Porém, as lutas aconteciam desde o final do século 19. A primeira celebração, por exemplo, ocorreu em maio de 1908, nos Estados Unidos, em uma manifestação com cerca de 1.500 mulheres.
Desde então, a data passou por muitas alterações e só foi oficializada em 1921 como homenagem às mais de 90 mil operárias que protestaram em 8 de março de 1917, no movimento chamado "Pão e Paz", contra o czar Nicolau II e as más condições de trabalho, fome e participação russa na Primeira Guerra Mundial.
Confira a literatura a respeito da mulher sob diferentes óticas. Vários títulos estão com preços promocionais.
Dicionário crítico do feminismo é a da primeira obra do gênero publicada na França, que visa discutir, ao longo de 48 verbetes, não só o significado de conceitos relacionados ao movimento feminista mas o contexto em que se inserem enquanto atitudes sociais e políticas públicas adotadas em relação à hierarquia dos sexos em diferentes culturas.
Cada rubrica, organizada por um grupo de pesquisadores dedicados ao estudo das diferenças sociais relativas ao sexo, traz uma ou mais definições da noção trabalhada, traça as etapas de seu desenvolvimento histórico, expõe embates e controvérsias que ela já suscitou ou suscita e apresenta sua posição social e científica na atualidade.
Falar de forma franca sobre o sexo feminino e seus mecanismos. Isso bastou para que O sexo da mulher se transformasse em um daqueles livros que arrastam polêmicas atrás de si. O ano era 1967, e suas abundantes referências médicas e antifreudianas fizeram sucesso. Vinte anos depois, uma terceira edição revisada chegou às livrarias francesas, com o mesmo espírito crítico e simplicidade. É esta edição que foi utilizada para a tradução ao português.
Sem tirar o inquestionável mérito das investigações que desnudaram o papel social da mulher ao longo da história, este trabalho tem a particularidade – e nisso está sua principal virtude – de explorar os potenciais dos simbolismos dos sexos em uma perspectiva não essencialista. O objeto principal da obra são justamente as nuances do olhar do homem cristão sobre mulheres observadas de longe, por vezes, até com indiferença.
A partir de contraposições e paralelos, surge assim uma narrativa que explora os significados dos relatos construídos pelos viajantes sobre mulheres que, embora não lhes fossem próximas, eram descritas a partir do conhecimento daquelas de suas terras. Os relatos analisados cobrem um amplo espectro geográfico – da China ao norte da África, por exemplo – e temporal, mas o que se investiga neles não são suas dessemelhanças, e sim aquilo que os unifica, sua constância: o referencial da mesma fé cristã. Daí que, em Mulheres dos outros, a singularidade de cada relato de viagem importe menos que as recorrências, pois estas compõem uma narrativa dos valores partilhados e das fórmulas bem aceitas no fim da Idade Média.
Este livro apresenta as relações existentes entre gênero, mídia e política. Discutem-se as representações de gênero no noticiário político brasileiro, compreendendo a visibilidade na mídia como uma variável relevante na definição das posições ocupadas por indivíduos e grupos sociais na política, e uma de suas principais questões é quanto e como a visibilidade de homens e mulheres na mídia contribui para a atual configuração das relações de gênero na política.
O livro trata da história da mulher no período colonial e, para tanto, a autora baseou-se em documentos e fontes impressas entre os séculos XVI e XVIII, constatando que as mulheres que fazem parte dessa sociedade barulhenta surgem na documentação sem qualquer neutralidade, exibindo plenamente as marcas de sua diferença sexual. As imagens encontradas estão recorrentemente associadas à dominação e à opressão sobre a mulher, sendo vítima constante da dor, do sofrimento, da solidão, da humilhação e da exploração física, emocional e sexual; ainda assim, foi possível encontrar a natureza de discretos poderes que reagiam e resistiam a essas situações pintadas nas imagens, poderes assegurados à mulher através de sua emancipação biológica, tanto quanto de sua emancipação à dominação masculina.
Em meio à polêmica causada pelo ensaio Em defesa das mulheres, que integra o Teatro crítico universal, obra de caráter enciclopédico do filósofo beneditino Jerónimo Feijoo y Montenegro, surgiram na misógina Espanha do século XVIII um sem-número de livros e artigos contra e a favor das mulheres. Entre estas últimas publicações merece destaque esta obra, de Juan Bautista Cubíe, publicada em Madri em 1768, a qual permaneceu por gerações como uma síntese da memória da contenda.
Cubíe, um erudito, criticava os preconceitos e as maledicências contra as mulheres, com base em conhecimentos de história e filosofia antigas, além de textos bíblicos, ressaltando que sua defesa não implicava um ataque aos homens. Para comprovar seus argumentos, ele arrolou, na última parte do livro, um repertório biográfico de mulheres ibéricas que se destacaram nas letras, ciências e armas.
Confira abaixo outros títulos relacionados:
O dilema da cidadania: Direitos e deveres das mulheres, organizado por Gabriella Bonacchi e Angela Groppi (313 páginas, R$ 42,00)
Poesia completa de Yu Xuanji, de Yu Xuanji (144 páginas, R$ 26,00)
Vida e esperança: Esterilização feminina no Nordeste, de Anne Line Dalsgaard (320 páginas, de R$ 30,00 por R$ 10,00)
O gênero nas Ciências Sociais: Releituras críticas de Max Webber a Bruno Latour, de Danielle Chabaud-Rychter, Virginie Descoutures, Anne-Marie Devreux e Eleni Varikas, com tradução de LineimarPereira Martins (595 páginas, R$ 108,00)
Mulher e política - A trajetória da primeira-dama Darcy Vargas (1930-1945), de Ivana Guilherme Simili (216 páginas, R$ 40,00)
Mulheres e crianças na imprensa paulista (1920-1940): Educação e história, de Raquel Discini de Campos (224 páginas, R$ 52,00)
Para além das nossas fronteiras - Mulheres brasileiras imigrantes na Holanda, de Luciane Pinho de Almeida (272 páginas, R$ 50,00)
Aborto, saúde e cidadania, de Wilza Vieira Villela e Regina Maria Barbosa (128 páginas, de R$ 23,00 por R$ 5,00)
Sob o signo de Atena: gênero na diplomacia e nas Forças Armadas, de Suzeley Kalil Mathias (280 páginas, de R$ 47,00 por R$ 10,00)
Em busca dos contos perdidos: O significado das funções femininas nos contos de Perrault, de Mariza B. T. Mendes (154 páginas, R$ 33,00)
Disponíveis para download gratuito:
A constituição da subjetividade feminina em Alfonsina Storni: Uma voz gritante na América, de Nildicéia Aparecida Rocha (254 páginas)
Diálogos entre feminilidade e maternidade: Um estudo sob o olhar da mitologia e da psicanálise, de Thassia Souza Emidio (184 páginas)
Da sedução e outros perigos: O mito da Deusa Mãe, de Flávia Regina Marquetti (498 páginas)
Da feminilidade oitocentista, de Elisa Maria Verona (125 páginas)