Poemas em prosa, rascunhos, reflexões sobre poesia, fragmentos de correspondência: Francis Ponge nos leva aqui à sua oficina criativa. Como podemos encontrar a palavra certa para transcrever nossa experiência da natureza, do mundo vegetal, do reino animal? O escritor revela seu método, mas também sua ética: para nos reconectarmos com o mundo, para ampliarmos nossa existência, nossas palavras não devem dominar as coisas, mas abraçá-las. “O que importa, em mim, é a seriedade com a qual me aproximo do objeto e, de outro lado, a grande justeza na expressão. Mas preciso me livrar de uma tendência a dizer coisas sem relevo e convencionais. Não vale a pena escrever se não for por isso.” (Ponge, "O pequeno caderno do pinhal")
Lamiel, jovem camponesa de espírito rebelde, desafia as convenções sociais em busca de liberdade e poder. Sua trajetória, crítica contundente à hipocrisia da sociedade e à exploração da mulher, compõe um retrato mordaz da França do século XIX. A crítica à burguesia, a busca pela liberdade individual e a exploração da sexualidade feminina são elementos que tornam a obra surpreendentemente contemporânea.
Neste livro, Melville nos transporta à América colonial, revelando a vida extraordinária de um homem comum em meio à Revolução Americana. Através dos olhos de Israel Potter, testemunhamos a guerra, a intriga política e a luta pela liberdade. Em meio a encontros com figuras como Benjamin Franklin e Ethan Allen e aventuras com piratas e soldados, a obra nos convida a uma imersão em um dos períodos decisivos da história norte-americana.
Misto de professora, escritora e jornalista, Cândida Fortes Brandão nasceu e viveu em Cachoeira do Sul (RS), onde dedicou a vida a seus ideais: a poesia, o jornalismo e o magistério. Apesar de ter sido reconhecida por Júlia Lopes de Almeida como "mãe intelectual dos cachoeirenses", ter sido aclamada por Olavo Bilac e integrar a Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul, seu nome ficou esquecido. Este livro faz o necessário e merecido resgate desta figura central nas letras brasileiras, por meio de alguns de seus textos mais memoráveis.
Durante o turbilhão global causado pela pandemia de covid-19 em 2020, o professor Francisco Foot Hardman, da Unicamp, embarcou em uma jornada acadêmica para a China, mergulhando profundamente na cultura do país em um período histórico singular. Minha China tropical emerge como um relato perspicaz e comovente dessa experiência extraordinária. O livro transcende os gêneros da crônica e da literatura de viagem; é um chamado à empatia, um convite à construção de pontes entre culturas distintas. Esta leitura inspiradora nos recorda que, mesmo nos momentos mais sombrios, a beleza, a gentileza e a esperança podem florescer.
Romance dos irmãos Goncourt pela primeira vez no Brasil Este romance escrito a quatro mãos retrata o vaivém de pintores por ateliês e exposições numa efervescente Paris, buscando um lugar no concorrido cenário artístico da cidade, oscilando entre êxitos e fracassos, esperanças e frustrações. Ali se desenrolam a história de amor do pintor Coriolis com a jovem modelo Manette e os embates entre os sonhos do artista e as limitações da realidade.
Uma amostra dupla da maestria de Alphonse Daudet As duas obras aqui reunidas, exemplares da grandiosidade de Alphonse Daudet, aproximam-se pelo tom trágico: em “A arlesiana”, bela e delicada peça que abre este volume, acompanham-se os conflitos do jovem Frédéri, atormentado por seu amor não correspondido por uma mulher misteriosa de Arles, enquanto “La Doulou” traz o registro lírico da luta do autor contra a dor física.
Redescobrindo um dos inauguradores do naturalismo brasileiro Ambientado no período entre a Abolição e a proclamação da República, este romance, uma das pérolas do naturalismo brasileiro, acompanha a jornada de Fidêncio, que, vindo do interior, chega cheio de sonhos à capital paulista. O romance retrata a São Paulo ainda provinciana da época, além do processo de corrosão da personalidade inicial do protagonista em sua busca por ascensão social.
O presente livro permite ao leitor um intenso passeio por temas caros à poeta Marly de Oliveira (1935-2007), que tem aqui registrados exemplares luminosos de sua poesia. "A publicação de Um feixe de rúculas tem uma razão de ser editorial, poética, histórica, humanista e finalmente literária. Se perfilaria quase uma falta se esta obra persistisse desconhecida! Além da poesia que virá com a leitura, há um universo de questões raras e protagonistas bem identificados com uma urgência revelatória sem a qual a verdade da vida e da arte falhariam". (Maria Bonomi) "Ninguém escreve fora da vida. E há quem escreva, como Marly de Oliveira, sobre sua vida. E isto nos diga, com precisão e franqueza. Como nos mostra, sem disfarces, qual sua linhagem poética, ao longo de toda a sua obra, que é, na realidade, uma série de retratos, tomados ao longo do tempo, na qual cada rosto que passou se justapõe aos outros e com eles cubisticamente se vincula, como se os espelhos em que se refletem fossem as “janelas simultâneas” de Delaunay." (Alberto da Costa e Silva)
Este volume reúne, em sua primeira parte, divertidos exercícios estilísticos e narrativos, nos quais Proust resgata um caso real ocorrido no início do século XX, o “Caso Lemoine”, emulando e parodiando a prosa de autores como Balzac, Flaubert e diversos outros. Na “Miscelânea” que compõe a segunda parte, destaca-se, entre outros temas, o fascínio de Proust pelo crítico e artista inglês John Ruskin – sentimento que encontra aqui seu mais conspícuo registro. Entre o ensaio e a literatura, este livro permite que leitores de Proust se surpreendam com novas facetas, e que aqueles que ainda não se aventuraram pelo “tempo perdido” encontrem uma saborosa porta de entrada para a obra do imortal autor francês.