14ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo. Contra racismo e o genocídio:
Por um projeto político de vida para o povo negro. (Foto: Paulo Pinto/AGPT)
Em 20 de novembro, celebra-se no Brasil o Dia da Consciência Negra. A data foi escolhida como forma de homenagear o líder quilombola Zumbi dos Palmares, morto nesse dia, e fomentar a luta antirracista, bem como discutir o empoderamento negro.
Trata-se de um marco para lembrar as condições de disparidade entre os brancos e os pretos e pardos no País, com seu racismo estrutural, que alcança todas as camadas da sociedade. De acordo com o Atlas da Violência 2020, o assassinato de negros aumentou 11,5% entre 2008 e 2018, enquanto os casos de homicídios de não negros recuaram 12,9%; no campo do trabalho, a situação também é difícil: um homem branco com ensino superior chega a ganhar 159% a mais na mesma função do que uma mulher negra, segundo estudo do Insper.
Por isso, há que se atuar no combate à discriminação racial na sociedade todos os dias. As discussões sobre feminismo negro, identidade negra, cultura negra e ancestralidade africana deve ser permanente.
Com este objetivo, a Editora Unesp selecionou livros de seu catálogo que contribuem para o entendimento sobre o racismo e a luta diária em busca de sua superação.
Autor: Manolo Florentino | Páginas: 312 | R$ 66
Resultado de uma pesquisa sobre o tráfico atlântico de escravos, este livro retoma a perspectiva econômica e social para entender os complexos processos históricos brasileiros e atlânticos. Utilizando-se de vasta fonte documental – como listagens dos navios negreiros, testamentos e registros eclesiásticos –, Manolo Florentino propõe uma instigante análise do tráfico de africanos para o Rio de Janeiro dos séculos XVIII e XIX, oferecendo novos elementos para compreender a migração compulsória que, por mais de três séculos, representou uma das bases da formação histórica brasileira.
Trajetórias das desigualdades: Como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos
Organizadora: Marta Arretche | Páginas: 496 | R$ 82
Tema inesgotável da agenda pública, o debate sobre a desigualdade no Brasil é objeto de paixões desenfreadas. Discussões impetuosas, travadas ao sabor das conveniências de ocasião, quase sempre turvam diagnósticos abrangentes e necessários para a compreensão desse fenômeno.
Trabalho compulsório e trabalho livre na história do Brasil
Autores: Ida Lewkowicz, Manolo Florentino e Horacio Gutiérrez | Páginas: 144 | R$ 34
Este livro aborda os padrões do trabalho compulsório, no Brasil colonial e imperial, registrado pela mão de obra indígena e a escravidão de africanos e seus descendentes, acompanhando as mudanças, entre os séculos XIX e XX, para o trabalho livre, a partir da grande imigração estrangeira, em especial para o Sudeste e o Sul do país. Enfoca ainda a historia das mulheres e, por fim, lança um olhar aos pequenos trabalhadores e aos percalços do trabalho infantil, que só recentemente recebeu regulamentação e condenação, mas que continua desafiando as políticas públicas, caracterizando-se como importante problema social na atualidade.
A inclusão do outro: Estudos de teoria política
Autor: Jünger Habermas | Páginas: 576 | R$ 98
Ao observar os acontecimentos recentes, tanto em âmbito nacional como internacional, ninguém terá muita dúvida de que estamos assistindo, em diversas sociedades, à ascensão de atitudes e políticas que ameaçam seriamente ideias fundamentais presentes na base das sociedades democráticas. Vê-se a ascensão de posições nacionalistas xenófobas, autoritárias e racistas, que não poucas vezes se traduzem em atitudes de grave discriminação de pessoas e formas de vida culturais diferentes. Em face desse cenário, este livro é uma contribuição importante para o diagnóstico das sociedades contemporâneas e para a reflexão sobre as questões teóricas e normativas que dele emergem.
As políticas da política: Desigualdades e inclusão nos governos do PSDB e do PT
Organizadores: Marta Arretche, Eduardo Marques, Carlos Aurélio Pimenta de Faria | Páginas: 478 | R$ 78
Escritos por pesquisadores e especialistas no tema, os artigos que compõem este volume investigam, sob diversos aspectos, os marcos políticos de nosso recente trajeto republicano. Assim, questões como aquelas ligadas à agenda de proteção social de diferentes partidos, a efetividade das políticas de redistribuição de renda adotadas, a questão tributária e sua relação com a desigualdade social e econômica, a estruturação do orçamento federal, entre outras, são abordadas a partir de dados empíricos e com o devido rigor científico.
Autor: Ricardo Alexandre Ferreira | Páginas: 176 | R$ 46
Este livro realiza a interpretação da criminalidade envolvendo escravos que viveram no município paulista de Franca, de modo a avançar no conhecimento de suas estratégias de sobrevivência e prática, entre 1830 e 1888. As fontes utilizadas são os processos criminais (documentação serial e normativa da justiça criminal), as quais privilegiam versões do cotidiano dos cativos, em seus momentos de conflito e nas soluções violentas. Também são examinados os relatórios dos presidentes da província de São Paulo, em que há referências a essas ações.
Da senzala à colônia – 5ª edição
Autora: Emília Viotti da Costa | Páginas: 560 | R$ 88
Neste livro fundamental, a autora demonstra que a abolição dos escravos no Brasil representou apenas uma etapa na liquidação da estrutura colonial, mas golpeou duramente a velha classe senhorial e coroou um processo de transformações que se estendeu por toda a primeira metade do século XIX. Tal processo prenunciava a transição da sociedade senhorial para a empresarial, do trabalho escravo para o assalariado, da monarquia para a República.
Abolicionistas brasileiros e ingleses
Autor: Antonio Penalves Rocha | 448 páginas | R$ 80
Personagem dos mais importantes na história do Brasil, Joaquim Nabuco é visto neste trabalho de maneira original. A ênfase recai sobre como ele e a British and Foreign Anti-Slavery Society promoveram-se mutuamente. O autor realiza, nesse sentido, um revelador balanço da ação abolicionista de Joaquim Nabuco e de seu trabalho com sociedade antiescravista inglesa para a edificação de sua própria imagem de líder do movimento abolicionista brasileiro.
Gilberto Freyre em quatro tempos
Organizadores: Ethel Volfzon Kosminsky, Claude Léine, Fernanda Arêas Peixoto | Páginas: 380 | R$ 74
Os textos reunidos nesta obra procuram apresentar as novas interpretações que os analistas da produção de Gilberto Freyre têm recentemente elaborado e fornecer ao leitor um roteiro, uma aproximação original a temas e problemas já tratados, bem como a descoberta de novas perspectivas e frentes de reflexão. O pensamento de Gilberto Freyre esteve à frente do seu tempo pelas questões que aborda, pela metodologia inovadora de que faz uso e pelas fontes inusitadas a que recorre, como se observa em: Casa Grande & Senzala (1933), Sobrados e Mucambos (1936) e Nordeste (1937).
Gente negra na Paraíba oitocentista
Autora: Solange Pereira Rocha | Páginas: 360 | R$ 69
Este livro, que recebeu o Prèmio ANPUH-Tese, trata de famílias negras de pessoas escravas e livres na província da Paraiba e traz à tona as lutas pela construção de autonomia social e econômica num universo escravista. Enfoca ainda a questão fundiária, mostrando como o fenômeno da apropriação da terra levou a uma conjuntura marcada por enormes propriedades agrárias. Nesse universo, a escravidão, principalmente no Nordeste, onde as mudanças políticas foram mais lentas, silenciou uma massa de trabalhadores agrícolas, criando a ilusão da ausência do preconceito entre as classes sociais, principalmente em relação aos negros.
Autores: Manolo Florentino, José Roberto Góes | Páginas: 211 | R$ 44
Este esforço de investigação é um capítulo particularmente interessante dos estudos históricos recentes sobre a escravidão, porque contém modulações importantes não apenas no estilo de conceber as relações familiares escravas, mas também de interrogar o passado e reescrever a história. Foi a incorporação de novos tipos de fonte que permitiu conhecer melhor o que, até então, era tido por incompatível com o cativeiro.
Etíope resgatado, empenhado, sustentado, corrigido, instruído e libertado
Autor: Manuel Ribeiro Rocha | Páginas: 223 | R$ 42
Neste livro, publicado em 1758, o padre Manuel Ribeiro Rocha, lusitano radicado em Salvador, procura indicar a “maneira cristã de tratar os escravos”, desde sua compra até sua libertação. Tentava, com a obra, encontrar um caminho conciliatório entre prática ignominiosa da escravidão, sustentáculo da economia colonial, e a pacificação da consciência daqueles que comercializavam e mantinham os cativos.
Da Monarquia à República – 9ª edição
Autora: Emília Viotti da Costa | Páginas: 524 | R$ 88
Emília Viotti da Costa, professora e historiadora, analisa os diversos momentos que definiram a modalidade de instauração do Brasil republicano. Ao esclarecer as coordenadas dessa passagem, a autora desvela as causas da fraqueza das instituições democráticas e da ideologia liberal, em uma tentativa de compreender as raízes do processo de marginalização de amplos setores da população brasileira.
Autora: Emília Viotti da Costa | Páginas: 144 | R$ 46
Por que o regime escravocrata foi repudiado no Brasil com tanta veemência em 1888, depois de ter sido aceito sem objeções durante séculos? Por que o projeto que decretou seu fim foi encaminhado com tanta urgência? Estas são algumas das questões que Emília Viotti da Costa, uma das maiores historiadoras brasileiras, pretende responder nesta obra, publicada originalmente em 1987. Em linguagem acessível inclusive para o público leigo, a autora apresenta o complexo cenário político, econômico, social e ideológico que levou à abolição no país, enfatizando que, embora tenha sido uma conquista, a libertação dos escravos foi apenas um primeiro passo em direção à emancipação dos negros no Brasil.
O X de Malcolm e a questão racial norte-americana, de Vladimir Miguel Rodrigues | Páginas: 202 | Download gratuito
Crimes em comum: Escravidão e liberdade sob a pena do Estado imperial brasileiro (1830-1888), de Ricardo Alexandre Ferreira | Páginas: 264 | Download gratuito
Atlas da imigração internacional de São Paulo – 1850-1950, de Maria Silvia C. Beozzo Bassanezi, Ana Silvia Volpi Scott, Carlos de Almeida Prado Bacellar e Oswaldo Mário Serra Truzzi | Páginas: 144 | R$ 172
Festa de negro em devoção de branco, de José Ramos Tinhorão | Páginas: 160 | R$ 38
Diploma de brancura, de Jerry Dávila | Páginas: 400 | R$ 78
Donas mineiras no período colonial, de Maria Beatriz Nizza da Silva | Páginas: 197 | R$ 55
O ensino de ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil escravocrata, de Luiz Antônio Cunha | Páginas: 190 | R$ 58
Memórias de Sparkenbroke: Fora do Tempo, de Clóvis Moura | Páginas: 376 | R$ 78